SINDICATO DOS TRABALHADORES DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE CAMPINAS
SÍGA-NOS
PALAVRA DA DIRETORIA
23/07/2024

QUEM VAI DEFENDER OS DIREITOS DOS TRABALHADORES?

Nas últimas décadas, o mundo do trabalho vem passando por transformações profundas que afetam a vida dos trabalhadores e da sociedade. Vivemos tempos de retirada de direitos fundamentais; criação de novas relações patrão/empregado como as plataformas de aplicativos;  falsa retórica do trabalhador/empreendedor; narrativa mentirosa sobre igualdade na relação de forças entre patrão e empregado nas negociações trabalhistas; meritocracia que impacta a saúde física e mental; precarização das condições de trabalho e da remuneração; e a tecnologia que extingue profissões e reduz postos de trabalho.

São tantos e tão grandes os desafios que a classe trabalhadora enfrenta no seu dia a dia que sofremos uma epidemia de doenças como síndrome de burnout e depressão. Com a absurda Reforma Trabalhista do governo golpista de Michel Temer e as alterações nas legislações no desgoverno de Jair Bolsonaro, a situação só piorou e estamos mais nas mãos dos patrões, assim como nossos companheiros do passado que não tinham respaldo nenhum legal que garantisse direitos mínimos como uma jornada de trabalho regulamentada e férias.

Se ainda não voltamos aos tempos do começo da Revolução Industrial, nos quais homens e mulheres morriam de tanto trabalhar em cima de máquinas e em condições desumanas de trabalho, é porque contamos com os sindicatos, as centrais sindicais e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Esse alicerce garante que tenhamos como lutar pelos nossos direitos, mesmo que a CLT esteja sendo destruída por constantes reformas no Poder Legislativo que visam defender os interesses da classe dominante e de patrões que querem lucrar com regimes de “quase escravidão”.     


Para concretizar esse projeto nefasto de lucros máximos dos patrões e zero direito para os trabalhadores, a classe dominante e os políticos atacam, sistematicamente, a estrutura sindical. O objetivo é acabar com quem briga e representa a classe trabalhadora nessa dura batalha para garantir direitos, condições dignas de trabalho, salários justos e valorização. Muitos trabalhadores acabam “comprando” essa mentira de que os sindicatos e centrais sindicais mais atrapalham do que ajudam a classe trabalhadora.


A narrativa da independência financeira com o suor do próprio rosto ou que é possível os trabalhadores negociarem diretamente com os patrões no mesmo pé de igualdade é mentira e só serve para fragilizar a nossa luta. Infelizmente, está sendo formada uma massa de trabalhadores sem direitos sociais, sem direitos previdenciários, sem vínculos empregatícios que garantam benefícios básicos, e sem uma perspectiva de ascensão profissional que permita um avanço remuneratório.


Sem os sindicatos, a classe trabalhadora estará desprotegida e fragilizada. Nunca será possível para o trabalhador negociar em pé de igualdade com o patronato. Sem um intermediador que lute, de verdade, para defender direitos, garantir conquistas e agir politicamente em nome dos trabalhadores, voltaremos para tempos de relações trabalhistas que beirarão à completa servidão e escravidão. Se com as entidades fazendo a luta é preciso brigar muito para manter direitos e avançar em conquistas, imagine o que será dos trabalhadores sem os sindicatos.


É preciso que trabalhadores e sindicatos estabeleçam uma relação de confiança, cumplicidade e parceria. Não adianta apenas cobrar da entidade sem participar, efetivamente, da construção da luta. Isso passa por garantir recursos financeiros para sua manutenção e prestação de serviços. Estar presente nas grandes discussões como assembleias, plenárias, reuniões, mobilizações e atos. Ser sindicalizado para fortalecer a entidade sindical.


Recentemente, o Sindicato dos Servidores de Campinas, de forma legal e seguindo todo o regramento das leis vigentes, estabeleceu o desconto da taxa assistencial para manutenção dos serviços da entidade que são oferecidos aos servidores e servidoras municipais. A cobrança acontecerá apenas uma vez, sendo dividida em duas parcelas correspondentes a 1,5% sobre o salário-base do trabalhador e trabalhadora da ativa.


Seguindo a determinação da legislação, foi dada possibilidade aos companheiros e companheiras não-sindicalizados que não quisessem contribuir com a nossa luta de fazer a recusa por escrito. Não foi imposta NENHUMA OBRIGAÇÃO de pagamento compulsório da taxa. Os sindicalizados não necessitavam enviar a carta de recusa e  teriam a devolução do dinheiro. Mais uma vez, vimos que a narrativa do patronato de que “os sindicatos atrapalham a vida dos trabalhadores” foi eficiente em jogar os servidores contra a entidade.


Pior ainda, grupos de oposição, que se autointitulam defensores da classe trabalhadora e do movimento sindical, reforçaram o discurso da direita e dos patrões de que a taxa assistencial não deveria ser cobrada. Na visão da oposição, o financiamento dos sindicatos só é viável se as entidades forem comandadas por pessoas do grupo político deles.  OU SEJA, SE ALIARAM COM QUEM QUER O FIM DOS SINDICATOS E DA LUTA DA CLASSE TRABALHADORA.


Distorcer informações, mentir sobre a necessidade do financiamento dos sindicatos e colocar os trabalhadores e trabalhadoras contra o Sindicato dos Servidores de Campinas só mostra que a oposição olha apenas para o próprio umbigo. O objetivo deles não é fortalecer a entidade sindical, mas fazer da nossa luta uma disputa político-partidária.


Outros grupos como os procuradores da Prefeitura de Campinas se preocuparam apenas com eles e não com a totalidade dos servidores e servidoras que precisam do STMC quando lutam por direitos, valorização e conquistas. Além disso, a relação, nesse caso, é entre o trabalhador e a entidade. Não cabendo interferência de uma associação. É uma relação pessoal e não coletiva.


Rechaçar o Sindicato dos Servidores de Campinas é uma prática constante dos procuradores que se beneficiam de negociações diretas com o alto escalão do governo municipal, sem se importar com o restante dos servidores. Eles estão sempre legislando em causa própria. Lembramos que cabe aos procuradores brigarem na Justiça, em nome da Prefeitura de Campinas, contra os direitos dos companheiros e companheiras cada vez que NÓS LUTAMOS PARA DEFENDER OS SERVIDORES.


Fica claro que o único representante legal da nossa categoria é o SINDICATO DOS TRABALHADORES DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE CAMPINAS (STMC), incluindo os não-sindicalizados. Lutamos por direitos, valorização e conquistas para TODOS OS COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS. SOMOS NÓS QUE SEMPRE ESTAREMOS AO LADO DOS SERVIDORES, SERVIDORAS, APOSENTADOS, APOSENTADAS E PENSIONISTAS.

 

SÍGA-NOS
ENDEREÇO: Rua Joaquim Novaes, n°97 - Cambuí - Campinas - SP FONE: (19) 3236-0665