Proposta do prefeito Jonas Donizette é um grande cheque em branco que desmonta o sistema e não garante sustentabilidade no pagamento das aposentadorias.
Com a participação de poucos vereadores e de muitos servidores pela internet, a Câmara Municipal de Campinas realizou, na sexta-feira (12 de junho), a audiência virtual do projeto de Lei nº 26/2020, que muda a modelagem financeira do Camprev e vai gerar prejuízos ao funcionalismo público. Mesmo com todos os protestos dos trabalhadores e das ações legais adotadas pelo Sindicato, a votação final da proposta está marcada para a próxima quinta-feira (18 de junho). Não contente em elevar a alíquota de 11% para 14% nos salários dos servidores, agora o governo quer alterar o sistema e fugir da responsabilidade de pagar o que deve aos trabalhadores após o fim do Instituto de Previdência Social do Município de Campinas (IPMC).
O objetivo é dar em troca da imensa dívida alguns bens que serão disponibilizados até 2095, como juros e dividendos dos ganhos da participação da Prefeitura na Sanasa, a venda da folha de pagamento dos servidores para bancos e imposto de renda retido na fonte. Quem garante esses recursos pelos próximos 75 anos, como o governo municipal propõe no projeto? Ou seja, um cheque em branco para acabar com o instituto.
Fazer a discussão de um assunto tão complexo no meio da pandemia, e sem a participação presencial dos servidores, é mais um dos tantos desrespeitos do prefeito municipal Jonas Donizette, do presidente do Camprev Marionaldo Fernandes Maciel e dos vereadores da base governista contra os trabalhadores. Mais uma vez, o funcionalismo público é atacado no momento em que está na linha de frente do combate da Covid-19.
O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Campinas (STMC) vai tomar as medidas jurídicas para impedir que os trabalhadores, aposentados/as e pensionistas sejam prejudicados por mais esse golpe do governo municipal, da direção do Camprev e dos vereadores da base de apoio do prefeito Jonas Donizette.
