SINDICATO DOS TRABALHADORES DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE CAMPINAS
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17/10/2019

Coordenador do STMC participa de Congresso de Municípios

Tadeu Cohen discutiu, ao lado de Ciro Gomes, a crise econômica nacional


Tadeu Cohen fala sobre crise econômica ao lado de Ciro Gomes /
O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Campinas (STMC), Jadirson Tadeu Cohen Paranatinga, participou nesta quarta-feira (16), do 63º Congresso Estadual de Municípios, em Campos do Jordão. Ele dividiu a mesa com Ciro Gomes (PDT), com o presidente da associação, Carlos Cruz, e outros representantes dos municípios. 
 
Os participantes discutiram a necessidade de retomada da economia, a revisão do Pacto Federativo, novas fontes de recursos para as cidades, as principais mudanças do governo Bolsonaro e projetos para que os prefeitos tenham mais autonomia. Tadeu, que também é Secretário da Previdência, Aposentados e Pensionistas  das Centrais dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), agradeceu o convite e falou sobre a importância do fórum. 
 
“Primeiro eu queria agradecer o Carlos Cruz pelo convite. É de uma grandiosidade um presidente fazer esse debate político independentemente das correntes partidárias. Ter o sindicato na mesa foi muito importante. Tratamos de questões profundas. Também foi um privilégio estar nessa mesa ao lado do Ciro Gomes, um dos nomes políticos de maior relevância no país”, disse.
 
Durante o Congresso, Ciro Gomes citou dados preocupantes que mergulharam o país em uma crise econômica sem previsão de uma retomada. “Eu olho as coisas do Brasil dedicadamente 24 horas. Estamos na pior década de desenvolvimento econômico dos últimos 120 anos. Isso explode pelo ângulo que qualquer brasileiro escolhe olhar. São 13 milhões de desempregados, 41,4% da força de trabalho no Brasil está empurrada para viver na informalidade. Temos 63,7 milhões de brasileiros com o nome sujo. É um problema macroeconômico que colapsa qualquer perspectiva de desenvolvimento”, disse.
 
Ciro também mencionou os 5 milhões de empresas na inadimplência e disse que o Brasil virou um cemitério do empreendedorismo. “O Brasil fechou 13 mil indústrias nos últimos anos. Este ano, em São Paulo, 2,2 mil indústrias fecharam. Na vida real, temos 57 mil homicídios. Sabem quantas mulheres foram estupradas em 12 meses? Foram 66 mil. O feminicídio está crescendo no Brasil. Isso tudo indica uma crise estratégica muito grave”.
 
Na opinião do ex-ministro, o país precisa apostar em quatro eixos para vencer essa crise econômica. O primeiro é focar no consumo das famílias, que vem do emprego, renda e crédito. Para ele, o Brasil permitiu que se concentrasse em apenas cinco bancos 85% das operações financeiras, que combinam preços e colocam os juros como principal entrave para que as famílias consigam dar conta de suas dívidas.
 
Outro eixo é o investimento empresarial. Ele defende que o país use parte das reservas cambiais aplicadas a juros zero para incentivar esse segmento. Hoje, a “poupança” do país em dólar está estimada em 386 bilhões em moeda americana. 
 
Ciro também fez críticas à importação de combustível dos EUA. Segundo ele, o Brasil tem 30% de sua base de refino de petróleo e hoje compra dos americanos. “O Brasil tinha quatro importadoras quando o Bolsonaro tomou posse, hoje são 210. Para resolver isso precisamos ter política industrial e de comércio exterior”
 
Investimentos públicos
A retomada da economia está diretamente ligada a investimentos públicos. Hoje, o Brasil tem a menor taxa de investimento público da história. Ano que vem, a situação será ainda mais grave, já que a previsão é que se corte pela metade esses investimento. “Se o Brasil voltar a cobrar um imposto sobre lucros e dividendos das grandes corporações, nós vamos arrecadar mais para partilhar com estados e municípios”, afirmou o pedetista.
 
Para que isso aconteça, Ciro cobrou organização dos prefeitos, com união política para pressionar o governo federal e também os representantes do Congresso Nacional. 
 
A revisão do Pacto Federativo é uma cobrança antiga dos prefeitos. Hoje, as cidades são as que menos recebem recursos, mas são obrigadas a cada dia absorver custos de serviços que deveriam ser bancados pelo Estado e União. Com o corte de repasses, setores como Saúde e Serviços Públicos são os que ficam mais expostos e prejudicam diretamente a população.
 
“Hoje, os municípios tomam mais encargos e não participam do galope da receita pública. Para consertar isso eu diria que é quase impossível. Se o Brasil não cresce, significa tomar recursos de alguém que tem para dar para quem não tem. A grande obsessão brasileira deveria ser retomar a economia. Assim eu consigo distribuir melhor os recursos”, disse o Ciro.

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