Hoje, dia 17 de Abril de 2018, faz 22 anos que o Brasil presenciou uma das piores chacinas de trabalhadores: o Massacre de Eldorado do Carajás. Os assassinatos de 19 sem-terras pela Polícia Militar do Pará, aconteceu na cidade de Eldorado dos Carajás, em 1996.
Esse crime covarde foi cometido quando 150 sem-terra que estavam acampados na região de Belém e decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras, na rodovia BR-155.
O Massacre ocorreu durante o governo de Almir Gabriel (PSDB) e a ordem dessa violenta ação policial partiu do Secretário de Segurança do Pará, Paulo Sette Câmara, com o comando do coronel Mário Colares Pantoja e do major José Maria Pereira de Oliveira. Depois de 22 anos, apenas os dois comandantes foram condenados, o coronel recebeu pena de 258 anos e o major pena de 158 anos. Eles estão presos desde 2012.
Na época, o legista Nelson Massini, que fez a perícia nos 19 corpos dos trabalhadores assassinados, afirmou que 10 sem-terra foram executados a queima roupa com tiros na cabeça.
A memória do Massacre de Eldorado dos Carajás em 1996 não pode morrer. Deve transcender o tempo para lembrar os brasileiros/as sobre a importância da reforma agrária e sobre o quanto os homens, as mulheres e as crianças do campo são desprezados e desvalorizados.
A economia brasileira ainda é primária, ou seja, baseada na produção do campo. Os melhores desempenhos comerciais e econômicos do país são devidos à agricultura, a força do trabalhador/a do campo. No quesito exportação, o Brasil está em primeiro lugar no racking mundial com as sementes de soja.
No entanto, os trabalhadores/as do campo ainda perecem com as injustiças sociais, econômicas, com a escravatura, com a falta de um reforma agrária descente e justa, etc.