SINDICATO DOS TRABALHADORES DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE CAMPINAS
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24/04/2017

Roda de Conversa: “Histórias da minha infância” faz busca por memórias e lembranças dos trabalhadores (as)

A atividade “Roda de Conversa: Histórias da minha infância” fez um importante resgate da história dos trabalhadores (as)


“A vida é trem bala, parceiro!”, disse a cantora Ana Vilela na música “Trem Bala”. E para os trabalhadores (as) da Prefeitura de Campinas, realmente a vida passou rápido... até demais. Para lembrar-se do passado e da história de cada um, o STMC recebeu nessa manhã de segunda-feira (24/04) um grupo de aposentados (as) e pensionistas para fazer a busca de momentos da infância.
 
A atividade “Roda de Conversa: Histórias da minha infância” fez um importante resgate dessas histórias e fez refletir o quanto nossa formação ajuda a trilhar os caminhos que seguimos na vida adulta. 
 
Os relatos foram emocionantes. Guiados pela diretora sindical Rosana Medina, os aposentados (as) e pensionistas começaram a Roda de Conversa com algumas perguntas sobre a infância, para ajudar no resgate de memórias tão antigas. “Como eram seus pais”, “Do que você brincava” e “Qual sua melhor lembrança” foram algumas das perguntas que ajudaram a nortear a busca pelo passado.
 
AQUARELA – Essa busca resultou em desenhos pintados com aquarela pelos presentes. Utilizar papel, caneta, tinta e giz transformou a atividade. Os trabalhadores (as) puderam se expressar no papel com os materiais. Após desenhar, eles penduraram os desenhos em um varal e contaram cada um sua história.
 
DEPOIMENTOS – Os relatos de infância, muitas vezes sofrida e com poucos recursos, foram de alegria e saudade daquele tempo de suas vidas. Confira relatos dos trabalhadores (as):
 
“Nunca teve escola ou desenho na minha vida. Pra ir pra escola tinha que andar 1h30. Os pais não deixavam, porque queriam que as crianças ajudassem em casa. Apesar disso, tive cargo de confiança na Prefeitura Municipal de Campinas. Tomei conta do almoxarifado por cinco anos. Eu n tinha leitura. O meu chefe disse que mesmo assim, eu ia cuidar melhor do que muita gente. Hoje, não tenho dívida com ninguém e continuo na luta, que é o que desejo para todos nós”. – Sr.João
 
“Eu cresci em uma fazenda. Tem a parte trágica e a parte comédia. Teve uma vez que meu pai pediu para mim e para minha prima raspar o tronco da boiadera, para dar aos cabritos que passavam mal. Fomos até lá para raspar, mas meu tio, dono da terra, reclamou. Ele era um homem muito bravo! Lembro do meu pai que bateu na gente, mesmo eu fugindo para debaixo da cama. Quem me defendeu não foi meu pai, foi um homem negro que trabalhava na fazenda. A parte boa era na volta da escola, com as árvores de cipó... a gente balançava! Essa foi uma fase muito boa da vida. Apesar de severo, meu pai dava mimos. No natal, ele comprava garrafinha de refrigerante para os filhos. Era o único dia no ano que tomávamos refrigerante. Fazíamos um furinho na tampa pra durar mais...” – Cida Cassiolato
 
“O meu primeiro bem foi uma bicicleta. Eu tinha 12 anos e era guardinha da Prefeitura de Campinas. Meus pais não tinham condição de dar, éramos em muitos irmãos. Eu comecei a trabalhar e quis muito a bicicleta. Comprei ela na antiga Sears, que hoje não existe mais. Minha mãe fez o carnê, pois eu era muito novo... Eu fiquei muito alegre e muito excitado com a bicicleta. Quando meu pai viu não acreditou que tinha comprado com o meu próprio dinheiro. Foi um momento muito feliz.”  - Dernivaldo Moreira
 
E assim pudemos viver uma manhã de lembranças, e mais do que isso resgatar histórias que um dia vivemos!

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