A Marcha das Mulheres Negras pretende levar mais de 70 mil pessoas para marchar em Brasília na quarta-feira (18)
As secretarias de Promoção da Igualdade Racial e da Mulher Trabalhadora estiveram reunidas nesta quarta-feira (4) com o presidente da CTB, Adilson Araújo, para definir a participação da central que mais cresce no Brasil na primeira edição nacional da Marcha das Mulheres Negras.
“A prioridade da CTB neste momento é denunciar o racismo em todas as suas variações, especialmente no tocante à discriminação das mulheres negras”, diz Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora.
Já para Mônica Custódio, secretária da Igualdade Racial, “A Marcha ganha destaque devido às últimas manifestações racistas que enterram de vez o mito da democracia racial no Brasil. Tanto nas redes sociais como nas ruas o racismo aflora e envergonha a nação”.
“Vivemos quase 4 séculos de escravidão e nunca se cogitou a possibilidade de mobilidade social para os negros”. Justamente por isso, diz ela, “é o sucesso de pessoas com a atriz Taís Araújo e a jornalista Maju (Maria Júlia Coutinho) que incomoda tanto essa gente”.
Porque “elas retratam o futuro, a possibilidade de os negros e negras terem as mesmas oportunidades através da educação com as cotas nas universidades”, diz Mônica. “Elas retratam uma nova mulher que é a cara do país de maioria negra, jovem e de mulheres”.
Para a CTB “essas mulheres negras são trabalhadoras que mostram um outro Brasil, o país que mudou e avançou nos direitos de todos e todas nos últimos anos, mas mostra também a face cruel do retrocesso, daqueles que não aceitam mulheres e negros com as mesmas oportunidades”, afirma Mônica.
A Marcha das Mulheres Negras pretende levar mais de 70 mil pessoas para marchar em Brasília na quarta-feira (18) com o “intuito mostrar nossa indignação contra a violência, o racismo e lutar pelo bem viver da mulher negra nesta sociedade machista e conservadora”, afirma Gicélia Bitencourt, secretária da Mulher da CTB-SP.
A mobilização da CTB se dá nas 27 unidades da federação para levar a Brasília a demanda das mulheres negras que representam 25% da população brasileira e ganham os menores salários e trabalham em condições piores. “Nós, mulheres negras, estamos reivindicando nosso projeto de vida”, explica Ângela Gomes, do comitê organizador da Bahia.
Fonte: Portal CTB