Encontro também promoveu eleição de nova diretoria; evento foi em Campinas, no último sábado
Vitorioso. Essa foi a avaliação feita pelos sindicalistas diante da participação massiva e representativa alcançadas pelo 3º Congresso Estadual da CTB São Paulo, que aconteceu no último sábado e domingo (08 e 09), e reelegeu o metroviário Onofre Gonçalves para a presidência estadual.
O Congresso reuniu mais de 200 trabalhadores urbanos e rurais, que lotaram o auditório da Estação Cultura, na cidade de Campinas, interior do estado. O prédio histórico, tombado pela prefeitura, já abrigou as Secretarias de Cultura e Esporte de Campinas e é resultado do antigo Complexo Ferroviário.
A mesa de abertura, coordenada pelo presidente estadual da CTB, Onofre Gonçalves, foi composta por Gilda Almeida, secretária adjunta de Finanças, Augusto Petta, coordenador do Centro de Estudos Sindicais (CES); Jadirson Tadeu, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Campinas; Cláudio Jorge, presidente do Sindicato dos Professores de Campinas, e Braz Albertini, presidente da Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetaesp).
Os sindicalistas foram unânimes em destacar o papel desempenhado pela CTB nos últimos anos, em defesa de bandeiras históricas para o movimento sindical como a promoção da igualdade entre homens e mulheres, o fim do fator previdenciário, a redução da jornada, a luta contra a terceirização e a precarização das condições de trabalho, entre outras.
Já o ato político, que deu início aos trabalhos do Congresso, reuniu importantes personalidades políticas como a prefeita (em exercício) de São Paulo, Nádia Campeão, que passou para saudar os participantes; Marionaldo Maciel, representante da Prefeitura de Campinas; o deputado estadual Alcides Amazonas (PCdoB); o vereador Orlando Silva (PCdoB); o vereador Gustavo Petta (PCdoB-Campinas); Vanderlei de Almeida, presidente do PSB-Campinas.
Em sua saudação a vice-prefeita de Fernando Haddad fez questão de agradecer à CTB e aos seus trabalhadores pelo apoio durante o processo eleitoral e destacar a importância dos trabalhadores participarem dos debates travados pelo movimento sindical e as centrais, especialmente a CTB, no sentido de manter uma posição atuante e de disputa de espaços no país. “A oposição está disposta e atenta para aproveitar qualquer oportunidade de desviar o país desse caminho trilhado rumo ao aprofundamento das mudanças e distribuição de renda. Por isso precisamos nos manter atentos”, afirmou.
Também integraram a mesa da sessão solene; Wagner Gomes, presidente da CTB nacional; o presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima; a coordenadora estadual da União Brasileira de Mulheres (UBM), Rozina da Conceição; o presidente da Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetaesp), Braz Albertini; Wagner Rodrigues, secretário-geral da CTB-SP e dirigente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) e Antônio Medereiros, Superintendente Regional do Trabalho.
No mesmo contexto de Nádia Campeão, Wagner Gomes destacou a relevância da luta para o aprofundamento das mudanças no cenário brasileiro. “Temos que continuar nesse caminho para promover as mudanças que necessitamos como a reforma agrária, a redução da jornada, entre outros, para melhorar a vida o trabalhador e da trabalhadora. E queremos cada vez mais trabalhadores ao nosso lado nessa luta. A única exigência que fazemos é que defenda o direito do conjunto da classe trabalhadora e a unicidade sindical, que é o instrumento que garante o fortalecimento do movimento e da luta dos trabalhadores e trabalhadoras”, destacou o presidente nacional da CTB.
No período da tarde, os delegados debateram conjuntura nacional, os avanços e retrocesso enfrentados pelos trabalhadores e o papel desempenhado pela CTB nos últimos anos.
Unidade
No painel, coordenado por Milton Sanches, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Sorocaba (Sinsaúde) e Francisca Pereira, vice-presidenta do Sindicato dos professores de São Paulo (Apeoesp), e que contou com a participação do presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo e Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB nacional, Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos em Mídia Alternativa Barão de Itararé, fez uma análise acerca dos problemas que devem ser enfrentados e dos avanços obtidos ao longo dos últimos anos, ainda que frágeis, “Temos que ter consciência que com o governo Lula rompeu-se a política do desmonte da Era FHC. Conseguiu-se colocar o Brasil em outro patamar. O Brasil passou a ter peso nas negociações internacionais, desempenhando um importante papel político”, destacou Borges.
Já Nivaldo Santana e Adilson Araújo abordaram o papel desempenhado pela CTB dentro do conjunto do movimento sindical e sua defesa pela unidade. “Essa unidade que promovemos é fundamental e necessária para avançarmos na luta em defesa de bandeiras históricas. Ela é uma espécie de ferramenta. Mas para isso é preciso que o movimento sindical se unifique, integrando a luta de trabalhadores urbanos e rurais”, afirmou Nivaldo Santana que ainda ressaltou sua preocupação com a fragilidade da atuação e a organização sindical, principalmente nos locais de trabalho, com a participação de jovens e das mulheres.
“A revolução não é uma tarefa para poucos. E a CTB sozinha não vai conseguir fazer essa luta. Temos que trazer companheiros para o nosso campo. Porque as circunstâncias em que o Brasil se encontra hoje são melhores do que as do passado. No entanto, conquistar o espaço dos trabalhadores não é tarefa fácil, mas a CTB está disposta a avançar nessa defesa, construindo uma Central cada vez mais classista e democrática”, ressaltou Adilson Araújo.
Diretoria eleita
O segundo dia do Congresso foi iniciado com uma explanação do professor Augusto Petta, coordenador do CES, sobre a importância da Formação Sindical. O professor destacou a relevância dos sindicatos investirem na formação de seus dirigentes e na promoção de cursos.
“É importante que os sindicatos se atentem para essa questão, fundamental para a discussão da pauta dos trabalhadores. Nos últimos anos, através de uma parceria de sucesso com a CTB promovemos dezenas de cursos Brasil afora. E agora, nessa nova fase que se inicia, queremos aumentar esse número. Preparando cada vez mais trabalhadores para a luta”, destacou Petta.
Na plenária final, orientada pela mesa que contou com a participação dos dirigentes nacionais Vicente Selistre (vice-presidente) e Joílson Cardoso, os delegados e delegadas discutiram a participação de seus representantes ao 3º Congresso Nacional, aprovaram as emendas ao texto-base e as alterações estatutárias, que incluíram a criação de mais três vice-presidências e três secretarias na nova direção: rurais, servidores públicos e educação.
O metroviário Onofre Gonçalves foi reeleito e empossado pelo dirigente Joílson Cardoso, para comandar a CTB São Paulo pelos próximos quatro anos, ao lado de outros 50 sindicalistas que compõem agora a nova direção estadual.
“Eu não tenho dúvidas que essa nova direção vai conseguir cumprir seu papel, porque eu acredito no envolvimento de cada um. Companheiros que vem para somar, que acreditam na nossa Central. Nós temos muitos desafios pela frente em SP, dirigido por um governo neoliberal que não vacila em atacar os direitos da classe trabalhadora. Por isso vamos precisar de muita disposição e unidade. Unidade que foi preservada nesse Congresso, que garantiu a democracia dentro da CTB, para que consigamos dar conta dos desafios que nos serão colocados”, finalizou sob palmas Onofre Gonçalves.
Contudo, de acordo com o jornalista, esse governo ainda “patina” no enfrentamento a problemas históricos. “Esse não é um governo de ruptura, mas sim de acertos. E isso é um problema sério. Melhorou, mas ainda não enfrentou problemas estruturais como a reforma agrária, tributária, política. Não avançamos em muitos pontos”, ressaltou.
Cinthia Ribas - Portal CTB
Fonte: Portal CTB