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26/04/2013

Saiu na imprensa: Professor pede direito à merenda dada nas escolas

Regra de 2009 veta que eles se alimentem com os alunos; escola de Campinas vai na contramão

Professores da rede estadual e municipal de Campinas querem a revisão da medida que proibiu os docentes de comer a merenda que é distribuída aos alunos nas escolas da cidade. A proibição é de 2009, após uma resolução do Fundo Nacional de Desenvolvimento de Alimentação Escolar, que determina que o alimento seja distribuído somente aos alunos matriculados nas unidades educacionais. Projetos de lei para rever a restrição tramitam na Câmara dos Deputados.

Em Campinas, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais já levou a discussão à Prefeitura, mas sem sucesso. Segundo relatos de professores, principalmente da rede estadual, a medida cria constrangimento aos docentes. Boa parte deles trabalha até três turnos, em escolas diferentes, e acaba sem tempo para se alimentar.

O vale-refeição pago pelo Estado é de R$ 8,00 por dia e ficou conhecido como “vale-coxinha”. Os funcionários que ganham salário acima de R$ 2,7 mil não recebem auxílio-refeição. A distribuição da merenda escolar é feita em 567 escolas — estaduais e municipais — pela Prefeitura de Campinas por meio da Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa). Segundo informações da Secretaria de Educação do Município, no total são entregues 238 mil refeições por dia.

O custo desse fornecimento em 2012 chegou a R$ 30,9 milhões (ou seja, pouco mais de R$ 0,70 por refeição). A maior quantidade é bancada pelo município, depois pela União e, por último do governo estadual. Segundo relatos de professores, que pediram para não ser identificados por medo de retaliação, em alguns casos o alimento chega a sobrar nas cozinhas. “Na minha escola, sabendo da vida difícil do professor, a diretora não fala nada. Tem muito professor que não tem tempo para jantar, além do vale-refeição que é muito baixo” , disse um professor da rede estadual que pediu para não ter seu nome divulgado. Ele dá aulas no período noturno em uma escola na região do Campo Grande.

Na contramão

Na contramão dessa restrição está Margareth Aparecida Ferrigo, diretora da Escola Estadual Ruy Rodriguez, no Parque Itajaí, e membro do Conselho de Alimentação Escolar da Prefeitura. Ela permite que os professores comam a merenda e defende que a participação do docente no horário de refeição estimula os alunos a também se alimentarem. “Eu acho que não é nem questão salarial. Mas o professor se colocar numa fila e comer junto com o aluno é uma forma de demonstrar que a comida da escola é boa”. Segundo ela, permitir que o professor também se alimente não faz com que a refeição falte aos alunos. “Na maior parte das vezes a merenda sobra.

O professor tem que entrar na fila, com os alunos”, disse. O diretor estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Eduardo Martins Rosa, que atua há 20 anos no funcionalismo público, afirma que dobrar o turno faz parte da realidade da maior parte dos professores. “Muitos ainda pegam ônibus para se deslocar de uma escola para outra. O jeito é levar um lanche ou comer alguma coisa rápida”, disse. Rosa afirma que a restrição é “totalmente desnecessária” e pede que ela seja revista. A Apeoesp está entre as entidades de classe que levou esse tema para discussão com o governo.

Município

Para Rosana Medina, diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, afirma que a entidade é "totalmente favorável" à concessão da merenda aos professores, principalmente pela convivência do docente com o aluno. "Esse momento com os educadores pode ser um espaço de aprendizado para uma alimentação saudável" , disse. Na rede municipal, os funcionários recebem vale-refeição maior (R$ 528,00). Segundo Rosana, embora o valor do tíquete seja maior do que no Estado, há professores que cumprem jornadas extensas, trabalhando em várias escolas diferentes. "A jornada é pesada. A distribuição de merenda possibilitaria melhores condições de trabalho."

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