Segundo o docente, a pesquisa faz parte da atividade extra-classe que está sendo desenvolvida sobre o filme Harry Potter
“Eles
foram atraídos pelo canto de Circe, que os recebeu gentilmente e ofereceu
comida e bebida. No entanto, Circe havia misturado uma poção mágica na comida,
e os homens se transformaram em porcos”. Este é o parágrafo do texto
Transformando Homens em Porcos, retirado da revista Monstromania, Editora
Girassol, que deu início à polêmica aula que abordou o tema magia na Escola
Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Maria Pavanatti Fávaro, em Campinas.
Alunos do 6º ano (antiga 5ª série) pesquisaram na última semana sobre poções
mágicas, mas nem todos os pais aceitaram o conteúdo da aula de português e uma
das famílias decidiu tirar o filho da escola. Para o professor N.J.S, que
aplicou a lição, a atividade era uma pesquisa livre sobre expressões culturais,
prevista na grade curricular, e foi mal interpretada pelas famílias. Segundo
o docente, a pesquisa faz parte da atividade extra-classe que está sendo
desenvolvida sobre Harry Potter. “Os alunos voltaram das férias e pediram para
ir ao cinema. O filme escolhido foi o de Harry Potter. Como também faz parte do
currículo trabalharmos contos de assombração, bruxas e fadas, preparei as
atividades para as aulas antes de ir ao cinema com o objetivo de contextualizar
a nossa ida”, diz. O
primeiro texto trabalhado pelo professor foi Transformando Homens em Porcos.
“Eles fizeram leitura e interpretação do texto e, como havia falado em poção
mágica — e a minha próxima aula era na informática — pedi para que pesquisassem
o que era a expressão para discutir na aula seguinte.” Entre
as poções mágicas encontradas nas pesquisas dos alunos havia fórmulas para um
beijo ardente, para atrair um amor, poção afrodisíaca e banho incentivador de
prosperidade financeira. O professor nega que tenha indicado sites específicos
para a pesquisa das poções mágicas. “Pedi para eles pesquisarem na internet. A
escola tem controle sobre determinados tipos de conteúdo, como site de
relacionamentos e material pornográfico, mas a internet é livre. Eles fizeram a
pesquisa em diversos sites e o resultado seria discutido na sala de aula”,
afirma. Segundo
o professor, a pesquisa também daria introdução a outros textos como Os Poderes
das Bruxas: Provocar Tempestades, Lançar Feitiços, Voar. “Estava tudo ligado a
poções mágicas e, para concluir esse trabalho, iríamos ler O Homem Montado pela
Bruxa”, afirma. N. diz que, após a aula de informática, recebeu um bilhete de
um pai desautorizando o filho a assistir as aulas de português pois estaria
indo contra a religião dele. “A escola é laica. Nós não trabalhamos com
religião. Por todo momento, só trabalhei com o conteúdo específico do nosso
currículo.” Para
a orientadora pedagógica da escola, A.S.M., a instituição precisa lidar e
informar sobre a existência de diversos temas e manifestações. “O que é muito
perigoso é que a gente pode acabar incorrendo no erro de enxugar do currículo
todas as manifestações culturais. Por isso mesmo, a escola é laica para
informar sobre a diversidade das manifestações religiosas. Se a criança vai
acreditar ou se aprofundar, é um trabalho que compete à família.” Os
professores afirmam que a questão tomou um rumo que não esperavam e lamentaram
a saída do aluno. Segundo os professores, a ida ao cinema está mantida e a
escola está aberta ao diálogo. Fonte: RAC Link da notícia: http://bit.ly/oyZ4wD
Fonte: RAC