A notícia de que o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, Mauro Iuji Fukumoto, havia concedido uma liminar a um mandado de segurança impetrado pelos advogados do prefeito Demétrio Vilagra, que anulou as votações para a criação de uma CP que analisaria o impeachment de Demétrio e seu imediato afastamento do cargo, surpreendeu os vereadores no meio de uma reunião em que discutiam a composição do secretariado durante uma possível administração do presidente da Câmara, Pedro Serafim.
Na noite de quarta-feira, logo depois da votação dos requerimentos de criação da CP e do afastamento de Demétrio, Serafim já havia anunciado que os principais assessores no governo seriam seus colegas de Câmara, com a criação de uma “República dos Vereadores”. Na reunião da tarde de ontem, já se articulava um apoio maciço dos vereadores à administração de Serafim, com a adesão, inclusive, das bancadas do PSDB e do PSB, que sempre fizeram oposição ao governo de Hélio de Oliveira Santos (PDT).
As articulações, contudo, tiveram de ser interrompidas quando os vereadores tomaram conhecimento que, pelo menos temporariamente, Demétrio continuará no cargo. Dos quatro vereadores que votaram contra a criação da CP e o afastamento do prefeito, apenas dois estavam na reunião no momento em que a notícia da decisão do juiz foi confirmada - Jairson Canário (PT) e Sérgio Benassi (PCdoB).
Para o líder de governo na Câmara, Josias Lech (PT), não há qualquer tipo de ressentimento por parte do prefeito em relação aos vereadores que votaram a favor de seu afastamento e esse é um momento de recomposição da bancada de sustentação de Demétrio na Câmara, para que se possa concluir a administração até a eleição do próximo prefeito, em 2012.
Antes da reunião, o prefeito havia concedido uma entrevista à imprensa na prefeitura, na qual informou que iria recorrer à Justiça para se manter no cargo.
“Tenho responsabilidade com os quase 70% dos eleitores de Campinas que votaram em nossa coligação de implantar o plano de metas que apresentamos nas eleições de 2008”, disse ele.
Demétrio desmentiu boatos que circulavam pela cidade de que poderia renunciar ontem e disse que espera provar à Justiça sua inocência. Ele acredita que com o andamento do novo governo e a necessidade de atender às demandas da população a cidade em breve poderá voltar à normalidade.