SINDICATO DOS TRABALHADORES DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE CAMPINAS
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19/01/2010

Sindicato afirma a falta de condições de trabalho na GM

Assassinato de GM abre debate sobre segurança:Guardas se reúnem para fazer lista de reivindicações, entre elas coletes de tamanho adequado

A morte do guarda municipal Luciano de Godói, 33, baleado na noite de sábado após um fugitivo da Justiça já algemado ter conseguido desarmá-lo e ainda fazer quatro disparos acirrou as discussões sobre a segurança. No incidente, ocorrido na Avenida Barão de Itapura, no Botafogo, em Campinas, o GM Renato Aparecido dos Santos, 38, também foi baleado. Ele esteve ontem no enterro do companheiro que ocorreu no Cemitério Parque das Flores, em Hortolândia, em clima de comoção e revolta. O autor dos disparos foi baleado, fugiu, mas depois foi preso. Ele tirou a arma do guarda depois de pedir ao GM que afrouxasse um pouco as algemas.

De acordo com informações de membros da corporação, os GMs estão com defasagem em cursos de atividade física e de defesa pessoal, que em situações como a ocorrida no final de semana poderiam ter sido úteis. Essa defasagem, segundo guardas municipais ouvidos pela reportagem, contribui para a vulnerabilidade dos GMs durante o exercício dos serviços.

“Essa fatalidade com um colega serviu para mostrar que as condições de trabalho não estão adequadas. Há uma pressão muito grande em torno da Guarda, pouco retorno e situações que colocam os GMs em serviço em situações de estresse, o que favorece ao erro em serviço”, disse Elias Cruz, um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Campinas.

Guardas municipais membros do sindicato estiveram reunidos na tarde de ontem na sede da entidade para discutir as reivindicações que serão encaminhadas para a Secretaria Municipal de Segurança devido à morte do GM.

Entre as reivindicações está a adequação dos coletes à prova de bala conforme o porte físico do guarda municipal. Segundo Cruz, o GM morto em serviço não portava um colete condizente com o seu porte físico.

O Comando da Guarda Municipal negou que o fato possa estar relacionado a qualquer reivindicação colocada pelo sindicato e informou que a corregedoria da corporação vai investigar o caso. Porém adiantou que não está prevista nenhuma alteração de procedimentos da Guarda. Ainda segundo a GM, desde a implantação da Guarda em Campinas houve uma morte em serviço, quatro assassinados fora do trabalho e dois suicídios.

 


Fonte: Jornal Todo Dia

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