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24/04/2012

Centros de saúde param atividades

Funcionários cruzam os braços no Integração e no Santa Mônica devido à violência e infraestrutura

Os centros de saúde Integração e Santa Mônica tiveram suas atividades parcialmente paralisadas ontem, devido a dois problemas que atingem as unidades de saúde em Campinas. No Centro de Saúde (CS) Santa Mônica funcionários cruzaram os braços para protestar contra a falta de segurança no local. Hoje o atendimento volta ao normal. No CS Integração, no bairro Castelo Branco, a suspensão de parte do atendimento ocorre por problemas na manutenção do prédio.
Funcionários do CS Santa Mônica contam que na sexta-feira passada uma enfermeira da unidade deixava o trabalho por volta das 19h quando foi rendida por dois assaltantes armados, que levaram seu carro com bolsa, dinheiro e documentos. “Esse não é o único caso de violência. Há poucos meses, uma pediatra foi roubada quando chegava para trabalhar”, contou uma funcionária do CS.
A unidade não tem um estacionamento próprio e, segundo o relato de funcionários, sofre constantemente com furtos de materiais. “A obra de ampliação do posto é sempre interrompida porque roubam fios, e até materiais como cadeiras já foram roubados do centro”, diz uma servidora.
O centro conta com um guarda contratado da empresa Gocil, mas os servidores pedem que a Guarda Municipal (GM) garanta a segurança nos horários de saída. “Eu acho muito justa a reclamação deles, nós dependemos deles no centro de saúde, tem que ter segurança”, comenta a aposentada Teresa Lopes.
A conselheira de saúde local Margareth Peixoto de Carvalho diz que os casos de violência acabam afastando profissionais. “Se aqui não for um lugar seguro, que médico ou enfermeira vai querer sair de casa para se arriscar aqui?”, pergunta.
Atendendo a uma demanda da Secretaria de Saúde, desde o dia 3 de abril viaturas da Guarda Municipal intensificaram a ronda nas proximidades dos centros de saúde do Município. Desde então, afirma a corporação, duas armas foram apreendidas e o número de ocorrências de agressão contra servidores caiu. Segundo informou a assessoria de imprensa da corporação, o assalto de sexta foi o único incidente ocorrido desde o início dessas rondas.
A GM disse que o patrulhamento no horário de fechamento dos centros de saúde é feito em forma de rodízio e afirma que irá estudar a necessidade de intensificar a vigilância no bairro.
Pane elétrica
Desde a semana passada, problemas na rede elétrica provocaram a interrupção no fornecimento de energia no CS Integração e levaram a Secretaria de Saúde a iniciar uma reforma no prédio. “O postinho está sempre com algum tipo de problema. Dessa vez, é a parte elétrica e isso acaba prejudicando o atendimento à população”, informou a usuária Ingrid Oliveira.
A falta de energia provocou a suspensão de alguns atendimentos. As consultas odontológicas tiveram que ser reagendadas e alguns tipos de medicamentos e vacinas tiveram que ser realocados para outras unidades.
A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que primeiro foi detectado um defeito no disjuntor, que foi trocado. Quando a equipe de manutenção da secretaria realizou o reparo no local, verificou que a fiação precisava ser substituída. Os trabalhos começaram a ser feitos no final de semana e devem ficar prontos amanhã, quando o atendimento deve ser normalizado.

USUÁRIO SOFRE COM A FALTA DE MEDICAMENTO HÁ SEIS MESES
O usuário do Sistema Único de Saúde de Campinas continua sofrendo com o desabastecimento de medicamentos. O problema vem se arrastando há mais de seis meses e foi provocado no ano passado pelo calote da Prefeitura em muitos fornecedores. A indefinição política e as constantes trocas de prefeito só agravaram o problema.
Quando o secretário de Saúde Fernando Brandão assumiu a pasta, em fevereiro, convocou uma coletiva de imprensa para detalhar um plano de enfrentamento ao problema. A previsão era de que a situação estaria normalizada no final de março ou abril. No entanto, o problema persiste. Usuários relatam a falta de remédios controlados como a sertralina e a fluoxetina, e de anti-hipertensivos como o losartan e hidroclorotiazida. A dona de casa Creusa da Silva conta que faz meses que tem que comprar a losartana que usa para controlar a pressão arterial. “Já cansei de reclamar, mas o centro de saúde não está recebendo”, contou.
A aposentada Quitéria Josefa do Nascimento diz que também não consegue retirar omeprazol para tratar sua úlcera. “Eu tenho que comprar, mas não é sempre que sobra dinheiro”, diz. A aposentada Jovelina Felix da Silva diz que o seu remédio para pressão também está em falta. “Uso o hidroclorotiazida e faz tempo que não encontro no postinho”, reclama.
A Secretaria de Saúde informou que a previsão para regularização no fornecimento de fluoxetina e losartan é de um mês. O problema no abastecimento da fluoxetina ocorreu porque a empresa que distribuía anteriormente não tinha registro da Anvisa e por isso foi preciso abrir uma nova licitação. No caso da sertralina, a previsão de abastecimento é o segundo semestre. “Foi aberta uma nova licitação porque a empresa também tinha problema de registro na Anvisa.”
A pasta diz que a falta de omeprazol e hidroclorotiazida é um problema pontual, pois o abastecimento está normal e há estoque para toda a rede. (PA/AAN)

Fonte: Correio Popular

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