Reajuste é de 126,3%; R$ 402 mil a mais para cada parlamentar
A
Câmara de Campinas aprovou ontem o aumento no subsídio dos vereadores de R$ 6,6
mil para R$ 15 mil. O total representa 126,3% de reajuste e vale para a próxima
legislatura, que começa em janeiro de 2013. Graças à ampliação nos salários,
cada vereador, que hoje ganha R$ 318 mil pelos quatro anos de trabalho, terá
sua remuneração ampliada para R$ 720 mil. Nos quatro anos, contando os 33
legisladores, são R$ 13,2 milhões a mais gastos pela Casa com a remuneração dos
parlamentares. A
aprovação aconteceu sem que o projeto fosse discutido. Depois da votação, houve
tumulto, bate-boca e protesto de populares. Sob clima tenso, os vereadores
deixaram o plenário e a sessão foi encerrada. O
presidente da Casa, Pedro Serafim (PDT), chegou a ser alvo de um ovo jogado
pela população. Ele justificou que o aumento é válido, já que os vereadores não
recebem nenhum reajuste desde 1994. Além disso, a Mesa Diretora, que assina o
projeto, justificou que o aumento é legal graças ao artigo 29 da Constituição,
que permite que, em cidades com mais de meio milhão de habitantes, o subsídio
de parlamentares seja de até 75% da remuneração de um deputado estadual. VOTAÇÃO Antes
da votação, os vereadores discursaram sobre o projeto de lei da Macrozona 5,
que entrará na pauta na próxima sessão. Enquanto a população presente ainda
comemorava, eles deram início à votação do aumento. Apenas o Politizador (PMN)
e o Professor Alberto (DEM) votaram contra, enquanto Carlos Signorelli (PT) e
Dr. Sebastião dos Santos (PDT) estavam ausentes. A
situação ficou tão tensa que a Guarda Municipal, que contava com 22 homens para
fazer a segurança, foi para cima dos manifestantes, jogando gás de pimenta e
usando a taser, arma que dá choque. Uma pessoa foi encaminhada para o 1º
Distrito Policial. O fotógrafo do Todo Dia Luiz Roberto Lima estava trabalhando
e também recebeu uma descarga de choque. “Eu
não vi o que aconteceu, e de repente, estava caído no chão. A pancada foi muito
forte. Não entendi porque eles estavam usando força excessiva”, disse o
fotógrafo que, depois, foi para o hospital por estar com dor de cabeça e
vomitando. O
chefe do grupo especial da Guarda Municipal, que se identificou apenas como
Moretti, disse que os policias trabalham apenas para manter a ordem. “Estávamos
apenas evitando o confronto. Os populares partiram para agressão primeiro. A
arma de choque não é letal e foi usada para acalmar o tumulto”, afirmou. Ele
negou que algum guarda tenha utilizado a arma contra a imprensa.
Fonte: Todo Dia