SINDICATO DOS TRABALHADORES DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE CAMPINAS
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09/05/2008

Assédio Moral: o mal do novo século

Sindicato inicia série de matérias para abordar o tema. Não perca e saiba de seus direitos!!

Seu chefe olha no relógio toda vez que você chega do almoço? Cronometra tempo que gasta ou conta quantas vezes você vai ao banheiro, adota gestos ou condutas abusivas e constrangedoras?

Tenta humilhar repetidamente, inferiorizar, amedrontar, menosprezar ou desprezar, ironizar, difamar ou te ridicularizar? Vive sugerindo que você peça demissão? Cuidado! Você pode ser mais uma vitima do Assédio Moral no trabalho. Mas foi intensificado o cerco a  tirania dos chefes no trabalho.

Sindicalistas, ativistas e trabalhadores esperam que isso se confirme a partir das discussões que tramitam pelos três poderes: legislativo, executivo e judiciário.

0 objetivo é impedir e punir a agressão. Afinal, tal problema dilacera a autoconfiança do trabalhador e, em casos mais extremos, provoca a morte.

Vale lembrar, aqui, que esse tipo de comportamento não é comum a todos os chefes. Ou seja, a pessoa não é um assediador moral só por que é chefe. Há, sim, chefes que procuram estabelecer uma relação democrática e respeitosa com seus subordinados.

Há cerca de seis anos que o assédio moral começou  a ser debatido. O país percussor foi a França, que já aprovou uma lei que pune o agressor com até um ano de prisão. A estimativa é que de 5% a 9% dos franceses sejam vítimas de assédio moral. No Brasil não há estimativas.

Mas sete municípios do estado do Rio de Janeiro já possuem leis que punem o assédio moral de alguma forma. Em Campinas, uma lei que proíbe o assedio moral na esfera pública municipal  foi aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo poder executivo.

Apesar de estar em evidência há pouco tempo, o assédio moral é antigo. Tão antigo quanto o trabalho e tem se acentuado nos últimos anos com a concorrência desenfreada do capitalismo. A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com o trabalho e tratá-lo como não inerente às atividades profissionais.

A reflexão e o debate sobre o tema são recentes no Brasil. O debate ganhou força com a repercussão da publicação do livro da psicanalista Marie France Hirigoyen: "Assédio moral: a violência perversa no cotidiano".

Em maio de 2002, Marie esteve no Brasil para o lançamento do seu segundo livro que trata das relações profissionais e debateu o assédio moral com os brasileiros.

Na ocasião, a preocupação da francesa, agora, era com a banalização do tema. Se isso ocorrer, os casos de assédio também podem ser banalizados.

"Como o mundo do trabalho e cada vez mais duro e o sofrimento psicológico dos profissionais não é levado em conta, há situações em que o funcionário fala em assédio moral para conseguir ser ouvido".


Fonte: Imprensa STMC

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