De acordo com funcionários do hospital, cinco leitos podem ser fechados este mês e que existe a possibilidade de demissões
O Complexo Hospitalar Ouro Verde fechou pelo menos 10 leitos no último mês devido a uma dívida de cerca de R$ 4 milhões acumulada nos últimos três anos pela Prefeitura de Campinas com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que faz a cogestão do complexo com o executivo. De acordo com funcionários do hospital, a coordenação do complexo informou por meio de reunião que mais cinco leitos podem ser fechados este mês e que existe a possibilidade de demissões caso o repasse de verba não seja regularizado. 'Eles deixaram bem claro que só não vai ter corte de funcionários se a Prefeitura repassar tudo que ela é obrigada a pagar. Além disso, eles também avisaram que pode ter atraso de salários. As pessoas continuam trabalhando porque precisam, mas ninguém sabe como vai ser o dia de amanhã. Na clínica 1 do hospital, por exemplo, de 30 quartos de atendimento, apenas 11 estão ativos e alguns nem estão equipados corretamente. O atendimento e as condições de trabalho estão precários' , disse uma funcionária que prefere não se identificar com medo de retaliação. Outra funcionária do complexo disse que como o dinheiro repassado não é suficiente para manter o hospital, mesmo funcionando com cerca de 50% da capacidade, em alguns dias, a orientação é não atender nem a quantidade de leitos que estão ativos porque não tem funcionário suficiente. 'Falta material, pessoas, sofremos com pressão psicológica, temos que deixar pessoas doentes sem atendimento por orientação da diretoria, e, mesmo assim, não estamos damos conta.' Três conselheiros do Conselho Municipal de Saúde visitaram o Complexo Ouro Verde esta semana para avaliar a situação do local e constataram que faltam funcionários para atender a população. 'Na última reunião foram levantadas diversas questões do hospital e todas foram confirmadas durante a nossa visita. A SPDM confirmou para o Conselho que isso estava acontecendo devido a dívida da Prefeitura com a associação e que eles estavam negociando como o executivo vai fazer esse pagamento. Mas para nós, o que importa é que a população seja atendida, ninguém tem que pagar por problema de gestão' , disse o conselheiro.
Fonte: RAC