Escutas revelam suposto esquema de liberação de empreedimentos imobiliários envolvendo Ricardo Cândia
As escutas feitas com autorização judicial nos telefones dos denunciados do Caso Sanasa sugerem que o ex-diretor de Planejamento de Campinas Ricardo Chimirri Cândia continuou atuando dentro da Prefeitura de Campinas, mesmo após ter deixado o governo em 2006, na liberação de empreendimentos imobiliários e nas questões de concessão de alvarás de funcionamento de estabelecimentos comerciais da cidade. O Grupo RAC teve acesso com exclusividade aos áudios feitos pelo Ministério Público (MP) no celular do denunciado. São arquivos de conversas entre os dias 4 e 12 de abril.
Numa conversa entre o ex-diretor e uma servidora municipal que se identifica como Simone, ela se queixa de um suposto esquema de liberação de alvarás de bares que estaria sendo atribuído a ela e pede para que Cândia tente livrar seu nome.
Em uma conversa grampeada no dia 4 de abril, às 13h59, Cândia recebe a ligação de um representante de uma grande construtora com prefixo de São Paulo.
Dois dias depois, eles voltam a se falar às 9h42.
Durante um dos grampos do MP, Cândia afirma que está trabalhando na Prefeitura de Campinas, apesar do seu desligamento ter ocorrido em 2006
No grampo, Cândia é procurado por um empresário da construção civil, supostamente para ajudar na liberação de algum empreendimento
No dia 6 de abril, ele liga para o telefone da secretária do gabinete do prefeito, Cíntia Paranhos, que também estava sendo monitorado por ser constantemente usado pela primeira-dama e por demais envolvidos no caso, e pede para que fosse agilizada a documentação de uma farmácia dentro da Prefeitura.
Em uma outra conversa monitorada no dia 12 de abril, feita às 17h43, um representante de um grande empreendimento comercial de Campinas liga para Cândia para saber sobre um suposto “indulto” de uma empresa nacional do setor farmacêutico.