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08/09/2011

Saiu na Imprensa: Camelô: Demétrio propõe parceria com o Sebrae

Objetivo é legalizar e abrir linhas de créditos para os informais

O prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), articula junto ao governo federal a criação de um mutirão de formalização para os comerciantes ambulantes de Campinas. A ideia é que o Ministério da Indústria e Comércio, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), abra linhas de crédito para os informais. Quanto ao prazo final dado pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para que os camelôs desocupem a região do Terminal Central, na próxima quarta-feira, o prefeito acredita em uma solução negociada com o Ministério Público (MP). Segundo ele, a situação dos ambulantes não é apenas “uma questão judicial, mas também social”.

Demétrio disse que foi recebido anteontem em Brasília pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e que a proposta de ação conjunta do governo federal com a Prefeitura de Campinas partiu do próprio ministro. De acordo com o prefeito, Carvalho teria se mostrado sensível com a situação econômica do município e afirmado que o governo federal estaria disposto a ajudar a cidade. A Prefeitura tem déficit de cerca de R$ 200 milhões.

“Falei para ele que a situação política da cidade está voltando à normalidade e ele se dispôs a ajudar. Quanto ao camelódromo, não vou empurrar a solução com a barriga. Assumo o  compromisso de resolver esta situação”, disse.

Ele informou que voltará à Brasília na próxima semana para tentar costurar os últimos detalhes do convênio e acelerar a liberação do antigão galpão da Fepasa, localizado entre a Estação Cultura e a rodoviária, previsto para a construção de um futuro shopping popular para os camelôs.
O prefeito disse que o galpão está sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e que deverá tentar firmar um convênio com o órgão para que espaço seja cedido ao município. De acordo com a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, cerca de 80% dos ambulantes do camelódromo já estão formalizados.

Contrabando
A apreensão de 80 caixas de cigarros contrabandeados do Paraguai em oito bancas no camelódromo no domingo passado reacendeu a discussão sobre a postura da Prefeitura de Campinas de não fechar todas as barracas de camelôs do local. As apreensões do último domingo são desdobramentos da Operação Exaustor, da Polícia Federal (PF), que na quinta-feira da semana passada, desbaratou três grandes quadrilhas que vendiam cigarros ilegais em Campinas e faturavam, juntas, cerca de R$ 2 milhões por mês. Os promotores do Gaeco viram na ação da PF mais um indicativo de necessidade de desmontar o camelódromo.

A reportagem esteve esta semana no camelódromo, após a ação da PF, e flagrou que o comércio de cigarros contrabandeados  continuava normalmente. Maços que custam por volta de R$ 3,00 em bares da cidade são vendidos por R$ 1,50 no camelódromo.

O chefe de Gabinete do prefeito, Nilson Lucilio, disse ontem que todas as instituições envolvidas com a situação dos camelôs precisam encontrar uma solução organizada e que uma não vai se sobrepor ao papel da outra. De acordo com ele, não vai haver qualquer ordem radical de desocupação. “Tanto os policiais, como os promotores públicos e os governantes, entendem que este quadro é antigo, e não pode ser resolvido da noite para o dia”, afirmou.

Lucílio esteve reunido anteontem com o promotores do Gaeco para tratar da situação do camelódromo e ouviu do MP que o prazo dado para que os ambulantes desocupem a área não será prorrogado.


Fonte: Correio Popular

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