Saiu na imprensa: Lagos silencia; Vilagra promete se manifestar

O ex-coordenador de Comunicação da Prefeitura de Campinas Francisco de Lagos, suspeito de envolvimento emfraudes na investigação da Promotoria, deve permanecer longe da Administração municipal e também da imprensa nos próximos dias. O advogado que faz sua defesa, Hugo Leonardo, disse que orientou Lagos a não se manifestar publicamente nesse momento. “Foi uma decisão minha, baseada de questões técnicas”, disse. Lagos conseguiu na quintafeira a liminar que garante, de forma provisória, o habeas corpus e o protege, inclusive, de mandado de prisão preventiva. Ele foi considerado foragido pelo Ministério Público (MP), por não se apresentar à Justiça assim que foram determinadas as prisões dos suspeitos.

Segundo Leonardo, “muito provavelmente”, Lagos está em Campinas, mas não informou onde o ex-secretário permaneceu durante a semana passada. Na sexta-feira, segundo ele, quando a liminar já tinha sido concedida, Lagos esteve em seu escritório, em São Paulo. O ex-coordenador do governo Hélio de Oliveira Santos (PDT) é acusado pela Promotoria de participar do suposto esquema de fraudes em licitações na Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa). Ele é suspeito de atuar na logística do esquema criminoso e de manter contatos com lobistas e empresários. Escutas telefônicas também revelaram tentativas de Lagos em driblar as investigações do MP.

Colocado em liberdade na última sexta-feira, depois de passar uma noite preso na cadeia anexa ao 2º Distrito Policial (DP), no bairro São Bernardo e de ter aceito pela Justiça um pedido de revogação da detenção —, o vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), pode conversar com a imprensa hoje pela primeira vez sobre as investiga ções. Segundo a sua assessoria de imprensa, ele deve ter um encontro com seu advogado, Ralph Tórtima Stettinger, pela manhã e, logo em seguida, pode começar a marcar as entrevistas que fará ao longo do dia ou desta semana. Vilagra, informou a assessoria, está disposto a esclarecer todos os pontos em rela- ção ao seu nome ter aparecido nas investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no Caso Sanasa. Ele é suspeito de recebimento de propina e negou as acusações em depoimento. O petista foi preso no aeroporto de Guarulhos na última quinta-feira, ao desembarcar no Brasil na volta de uma viagem à Espanha, onde estava passando férias, segundo a sua defesa.