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22/04/2008

Fórum Social discute democratização dos meios de comunicação

A democratização dos meios de comunicação terá espaço privilegiado nos debates do 2º Fórum Social do Mercosul, que acontece entre os dias 26 a 28 de abril em Curitiba (PR). O encontro reunirá especialistas do setor, que abordarão os temas que constroem, hoje, o conjunto de demandas da comunicação social, nascidas especialmente a partir da convergência tecnológica. O evento também fará uma chamada para a Conferência Nacional de Comunicação, no dia 28.

Entre os convidados, pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), estão o coordenador-geral, Celso Augusto Schröder, e a integrante da Secretaria Executiva, Berencie Mendes Bezerra; Rosane Bertoti, da Central Única dos Trabalhadores (CUT); James Görgen, do Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom); Juliano Maurício de Carvalho, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e Ricardo Moretzsohn, da Campanha Ética na TV.

Na avaliação de Rosane Bertotti, o Fórum representa um espaço privilegiado para coletivizar uma reflexão mais aprofundada sobre o debate do papel dos meios de comunicação, "para que consigamos fazer frente à desinformação, ao preconceito e à manipulação a que a população é submetida diante de uma mídia cada vez mais pautada por mesquinhos interesses". "Precisamos municiar os companheiros e companheiras na batalha diária contra as investidas do capital e de sua ideologia, que tenta espalhar apatia e desânimo nas fileiras dos movimentos sociais para que deixem de ser sujeitos ativos e nada mude", declarou.

A implementação de políticas públicas para a comunicação, segundo a dirigente cutista, é fundamental para tirar o povo da visibilidade a que está relegado, que o coloca como mero receptor passivo, em vez de sujeito da história. "Sem os nossos instrumentos, muitas das ações coletivas ficariam relegadas ao anonimato, muitas das mentiras passariam a ser críveis, outras ficariam sem resposta. Quem não lembra da parcialidade da cobertura dos massivos protestos contra a Emenda 3, com a qual buscavam fazer letra morta do direito a férias, ao 13º salário e ao descanso semanal remunerado, entre outras conquistas?

Os exemplos são abundantes e só reforçam a necessidade de construirmos uma estrutura de comunicação efetivamente pública, que dê vez e voz à sociedade", acrescentou.
Para o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador da Casa Latino-Americana, Dimas Floriani, a reflexão sobre o papel da mídia tem importância chave neste momento, sendo "uma porta aberta para questionarmos o monopólio que envolve os veículos de comunicação no mundo". Além disso, frisou, "poderemos avaliar essa inércia histórica da distribuição e acesso à informação".

Dimas acredita que o Fórum proporcionará aos movimentos sociais e à própria sociedade uma reflexão sobre os obstáculos, acesso e condições atuais para a produção da comunicação e do conhecimento. "Esta produção deveria refletir a pluralidade dos povos, ao invés de nos tornar reféns do oligopólio da informação", ressaltou, citando como referências de comunicação pública a TV estatal da Venezuela, a Telesur e a Tv Educativa do Paraná. "São bons exemplos na medida em que os governos passam a produzir programas locais e investir em uma produção múltipla e independente a nível estadual, nacional e internacional.

Isso caracteriza a informação sendo colocada ao alcance de todos e com possibilidade de escolhas. A mídia é matéria-prima para a educação e se não prosperarmos seremos condenados a ver lixo. Ao avaliarmos a qualidades das tvs, de forma imparcial e democrática, estaremos defendendo a democracia e o interesse da sociedade", declarou.

 


Fonte: Portal CUT

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