A falta de remédios continua afetando os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de Campinas
A falta de remédios continua afetando os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de Campinas. Uma lista com
80 itens, entre medicamentos e insumos médicos, ainda está faltando nos centros de saúde de Campinas. Entre os itens, estão remédios imprescindíveis para controlar problemas do coração, como os anti-hipertensivos clonazepam, amlodipina e losartana. “Faltam também material odontológico e outros medicamentos, como o antidepressivo fluoxetina, fluconazol e nistatina”, disse a conselheira de saúde da Vila União Neusa Nascimento.
Na unidade do bairro não há sequer atadura para curativos. “Chegou ao ponto de o usuário ter de comprar as ataduras, mas o problema é geral”, afirmou uma enfermeira que pede para ter a identidade preservada.
Segundo a conselheira, o desabastecimento é recorrente na unidade. “Faltam remédios desde o ano passado, o problema acontece com frequência”, disse Neusa.
A informação foi confirmada pelo próprio secretário de Saúde, Fernando Brandão. Ele disse que o desabastecimento se deve a problemas burocráticos decorrentes das constantes trocas de prefeito. Contratos com os fornecedores assinados em administrações passadas voltaram para a Prefeitura e tiveram que ser redigidos novamente. “Isso atrasou o andamento dos processos”, disse o secretário.
Desde o final do ano passado, os usuários do SUS sofrem com o desabastecimento de uma série de itens. Em janeiro, Brandão convocou uma coletiva de imprensa para apresentar um cronograma para a normalização dos estoques. Na época, ele informou que o problema estaria totalmente resolvido em março. O desabastecimento ocorreu por falta de pagamento dos débitos de 2011. Brandão informou que a Prefeitura está pagando todos os fornecedores de 2012 e está renegociando as dívidas do ano passado. “Primeiro estão sendo pagos os fornecedores menores”, explicou.
O secretário afirmou que a Saúde vive o pico da crise política e ressaltou que a situação deve estar melhor até meados de abril.
Alguns dos medicamentos que estão em falta na rede pública podem ser comprados com valores inferiores aos praticados no mercado nas farmácias populares. Campinas tem duas unidades da Farmácia Popular, localizadas no Centro (Rua Ferreira Penteado, 854) e no Guanabara (Rua Clóvis Bevilácqua, 535), além de dezenas de farmácias conveniadas ao programa.
Fonte: RAC