Por que o funcionalismo está em greve?

Abandonados à própria sorte estão os trabalhadores e a população. Não há servidor municipal ou cidadão campineiro que não se sinta envergonhado com o caos instalado na cidade. Estamos reféns dos políticos e de suas sanhas pela máquina pública e suas benesses.

Vivemos em Campinas uma calamidade pública: no trânsito, na segurança, na educação, na assistência, na governabilidade... Mas na área da Saúde o enredo é de dramaticidade. Na prática o que se faz é tanger o povo para lá e para cá.

Entretanto, é preciso que não tenhamos memória curta. O atual Prefeito, Pedro Serafim (PDT), é o continuísmo do Dr. Helio (PDT) e foi conivente com toda corrupção que assolou a cidade. Enquanto a cidade precisa de médicos, professores, enfermeiros, ajudantes, fiscais, engenheiros, dentistas, assistentes sociais etc., Serafim só faz por contemplar mais e mais comissionados que fazem absolutamente nada. Já são mais de 400 em quatro meses. Aliás, Serafim foi autor do Projeto de Lei que concedeu 126% de aumento aos vereadores, transformando os nobres Edis em sócio do poder executivo. A sociedade civil organizada protestou e pressionou e agora a Câmara envergonhada quer rever o aumento indecente. A nova proposta é de 49%. Neste patamar continua a indecência, sendo o correto oferecer aos vereadores os mesmos percentuais oferecido ao funcionalismo, que poria logo fim a todos os problemas lá e aqui, ainda assim faria uma boa economia aos cofres.

O escasso dinheiro público é usado para patrocinar o “trem da alegria”, infestando a prefeitura de cabos eleitorais. Enchem a máquina de assessores que recebem a peso de ouro e não justificam o que lhes é pago. É dinheiro que sai pelo ralo enquanto faltam insumos básicos e profissionais no atendimento à população.

Dar atendimento digno à população exige condições adequadas de trabalho, profissionais motivados e valorizados. Não dá para fazer mágica. Contudo, não é o que acontece em Campinas. Os trabalhadores passam por dificuldades de toda sorte. O descontentamento é geral. Estamos amargando há sete anos, sob o olhar de desprezo da administração, a implementação da política de sucateamento dos serviços públicos. Ratearam e continuam rateando a prefeitura para acomodação política, fugindo da verdadeira missão do órgão público.

Mal ou bem, os trabalhadores municipais procuram dar continuidade aos serviços públicos. Entretanto, não somos responsáveis pela situação caótica em que se encontra a prefeitura municipal. Não somos os administradores ineptos que tomaram de assalto a prefeitura. Não somos responsáveis pelo endividamento do município. Não somos culpados pela imoralidade que se abateu sobre a administração pública. Ainda assim, vão-se os corruptos e ficam as insinuações maldosas contra o funcionalismo, como se fossemos todos iguais.

O desgoverno da prefeitura, mais a corrupção, é a fonte dos males. Para alimentar a corrupção há dinheiro, para conceder reajuste abusivo aos vereadores há recurso, entretanto para reajustar salários do funcionalismo o bendito dinheiro some. É um falar incessante de Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei Eleitoral e ninguém falar em valorização profissional dos trabalhadores.

Estamos em mais uma campanha salarial. Queremos ser valorizados, queremos melhores condições de trabalho, queremos que Campinas volte a crescer, queremos moralidade com a coisa pública. É necessário esclarecer que a proposta apresentada pela administração Pedro Serafim não resolve e não repõe as perdas no salário daquilo que nos foi tirado.

Em tempo algum o Sindicato se recusa a negociar! Ao contrário da administração municipal, que há muito engana os trabalhadores. Os nossos salário e vencimento não contam com nenhuma proteção, limitando-se a revê-los na data base ao sabor dos governantes de plantão que sempre quer nos oferecer migalhas de aumento, criando o impasse como o de agora. Salário é para o nosso sustento e o de nossos filhos – e também significa a nossa valorização profissional.