Saiu na Imprensa: Promotor vai chamar 15 vereadores para depor

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Campinas, órgão do MPE (Ministério Público Estadual), vai ouvir os 15 vereadores que votaram contra o afastamento do então prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) nos dias 15 de junho e 1º de agosto. A ideia é confrontar as posições tomadas na votação dos requerimentos que pediam o afastamento com a investigação sobre suposta compra de votos para livrar Hélio da cassação.

Sábado, o Gaeco informou que também investigará o próprio Hélio, que perdeu o foro privilegiado.

De acordo com o promotor Ricardo Schade, o Gaeco já recebeu a gravação na qual consta uma conversa entre o vereador Aurélio Claudio (PDT) e um advogado. No diálogo, Aurélio cita suposta compra de votos para favorecer o então prefeito na votação de sua cassação durante a CP (Comissão Processante), que terminou com o impeachment de Hélio na manhã de sábado.

“Vamos notificar os 15 vereadores que votaram contra o afastamento no princípio, mas que votaram a favor da cassação no fim. Vamos apurar um eventual envolvimento das pessoas na suposta compra de apoio, uma tentativa de corrupção, para sabermos se houve participação direta no episódio”, afirmou.

Schade explicou ainda que a opção por ouvir os 15 vereadores foi tomada porque, a princípio, são as pessoas em tese suspeitas. “O foco, no momento, são essas pessoas”.

Essa postura, de acordo com o promotor do Gaeco, servirá para nortear a investigação do MPE.

Os 15 vereadores a serem notificados, de acordo com a lista de votação, são: Angelo Barreto (PT), Antônio Flôres (PDT), Aurélio Cláudio (PDT), Cidão Santos (PPS), Francisco Sellin (PDT), Jaírson Canário (PT), Josias Lech (PT), Leonice da Paz (PDT), Miguel Arcanjo (PSC), Paulo Oya (PDT), Sebastião dos Santos (PMDB), Sérgio Benassi (PCdoB), Thiago Ferrari (PMDB), Zé Carlos (PDT) e Zé Cunhado (PDT).

Nessas ocasiões, era preciso o voto de pelo menos dois terços dos parlamentares, ou 22 vereadores, para que Hélio fosse afastado. Com 16 votos a favor do afastamento e 15 contrários, Hélio ficou no cargo.

A gravação em que é citada a suposta compra de votos foi feita pelo advogado Ricardo Marreti. Na conversa, o vereador afirmou que existiria um processo de compra de votos de parlamentares para que rejeitassem o relatório elaborado pela CP.

As conversas foram divulgadas pela imprensa um dia antes de começar a leitura do relatório da CP, quinta-feira.