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29/08/2011

Saiu na Imprensa: Campineiro quer nova eleição para prefeito

Para população, solução para a crise política é voltar às urnas

Diante da crise política instalada em Campinas na última semana, o campineiro acredita que a solução pode estar em uma nova eleição. A reportagem do Correio foi às ruas ouvir o que a população pensa a respeito da dança de cadeiras no Executivo. Os entrevistados consideram que a instabilidade no governo é motivo de vergonha e preocupação para o desenvolvimento da cidade. Para aqueles que têm esperança de dias melhores, uma nova eleição é apontada como essencial, já que o fato do atual prefeito, Demétrio Vilagra (PT), ter sido denunciado pelo Ministério Público (MP) por suposto envolvimento no Caso Sanasa, traz desconforto e desconfiança.
“Acredito que esse grupo que está no poder precisa mudar. Aí, quem sabe, as coisas melhorem”, afirmou a psicóloga e artista plástica Ana Cristina Rizzo, de 42 anos.
“Todos que são suspeitos de qualquer envolvimento em esquemas de corrupção precisam sair. Só assim dá para ter alguma esperança”, avaliou a autônoma Raquel Pires de Menezes, de 47 anos.
Nos últimos dias, os campineiros viram o ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) ser cassado, tentar voltar ao poder e ter negada liminar junto à 2ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
A população também assistiu à posse do prefeito Demétrio Vilagra (PT), que, menos de 48 horas depois de se tornar chefe do Executivo, foi afastado pela Câmara. No entanto, antes do vereador Pedro Serafim (PDT) tomar posse, o petista conseguiu liminar para permanecer no cargo.
“Que troquem quatro, cinco prefeitos. O importante é, que um dia, a gente tenha um prefeito decente. A cidade está abandonada faz tempo”, disse a consultora Helca Abreu, de 51 anos.
“Sinceramente, acho ótimo e necessário que as pessoas suspeitas sejam afastadas do poder. Porque as irregularidades precisam ser apuradas”, avaliou o artesão Nelson P. Geraldo, de 59 anos.
Para o aposentado Silvio Mantelli, de 83 anos, a Justiça não deveria intervir na decisão da Câmara de afastar Vilagra temporariamente e nem na instauração da Comissão Processante (CP). “Sei que há uma brecha, mas às vezes há direitos que não deveriam ser garantidos”, refletiu.
A opinião é compartilhada outros entrevistados. “Da primeira vez em que Vilagra assumiu, já suspeito de envolvimento em esquema de corrupção, achei errado. Talvez as coisas melhorem daqui a algumas eleições. Minha esperança é para algo a longo prazo”, disse o estudante de filosofia Matheus Nucci, de 20 anos.
“Se o Vilagra tivesse consciência, iria acatar a decisão da Câmara e se afastar. Ele está sem apoio, assim fica difícil. Mas tirar o PDT do poder é uma coisa. Já brigar com o PT, é outra”, afirma o aposentado e palhaço profissional Roberto Ribeiro, de 65 anos.
50 anos, foi o único dos entrevistados que defendeu a permanência do atual prefeito no poder. “A situação está ruim, mas seria bom se o Vilagra ficasse até provarem se ele tem algum envolvimento no Caso Sanasa. Porque, afinal, ele é do partido do governo federal, e isso pode ser bom para a cidade”, afirmou.
Já para o bacharel em Direito Marcos Bernardi, de 49 anos, o fato de Brasília ter sinalizado apoio à atual gestão é algo preocupante. “Que esperança a gente pode ter quando a presidente Dilma (PT) mostra que apóia alguém que é suspeito de envolvimento em corrupção? Isso é reflexo da maneira como o Brasil é administrado, parece que a corrupção se tornou algo natural”, avaliou.

Receio
O receio com a paralisação do desenvolvimento econômico da cidade em meio à instabilidade também se mostrou presente no cotidiano do campineiro. “Todo esse caos fica feio para a cidade. Campinas deveria ser destaque nacional por coisas boas. Assim as pessoas ficam com medo de investir aqui, não há segurança para isso. Seja quem for que fique no poder, essa pessoa precisa ter legitimidade”, disse o cientista Felipe Xavier, de 27 anos.
Em relação à cassação de Dr. Hélio (PDT), a população mostrou que apóia a Câmara. “Sinceramente, eu acreditava no Hélio, mas perdi a esperança”, afirmou o autônomo Renato Floriano, de 52 anos.
“Eu acreditava no Dr. Hélio. Agora, acho que não acredito em mais ninguém”, disse o açougueiro Fábio Barbosa, de 25 anos. “Isso tudo é vergonhoso. Foi uma decepção a cassação do Dr. Hélio, eu realmente acreditava nele. Mas Campinas merece mais. Acho que precisamos de uma limpeza geral. Nada como um bom recomeço”, completou o garçom Givanildo Santos, de 33 anos.


Fonte: Correio Popular

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