Órgão vai abrir sindicância; falta até esparadrapo, dizem profissionais
O pedido, que foi feito através do STMC (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Campinas), cita a falta de materiais como tesouras, serras para cortar gesso, linhas, esparadrapos, além de roupas e toalhas de cama. O sindicato também pediu que o MPF (Ministério Público Federal) entre com uma ação civil para investigar as denúncias.
“É lamentável que a situação da saúde de Campinas tenha chegado a esse ponto. Como o dinheiro é federal, achamos sensato também pedir ao MPF que abra uma ação civil”, afirmou Marionaldo Fernandes Maciel, coordenador do sindicato.
DEMORA
A demora para o atendimento também consta na carta, e os médicos culpam a falta de funcionários. Hoje, a média para uma consulta no hospital é de cerca de quatro horas, mas aumenta em seu pior dia, segunda-feira, quando os pacientes chegam a esperar seis horas. “É um absurdo o que acontece aqui. A gente espera muito tempo, e a consulta não dura nem um minuto”, afirmou o auxiliar de limpeza Josué Alves Silva, que estava no Mário Gatti por causa de dores nos estômago.
O Conselho informou que será aberta uma sindicância para avaliar o conteúdo do pedido, e que deverá agendar, com seus fiscais, uma visita ao Mario Gatti. Porém, todo esse processo é sigiloso. O MPF disse que responderá o pedido do STMC em até 30 dias.
OUTRO LADO
O diretor-presidente do Mário Gatti, Salvador Affonso Fernandes Pinheiro, negou que haja falta de aparelhos básicos no hospital, e diz que os médicos também não se mexeram quando tiveram de enfrentar situação parecida. “Uma vez, a serra de cortar gesso da ortopedia quebrou, mas há outras três no hospital, e eles sabem disso. Porém, em vez de pegarem a substituta, preferiram fazer essa carta”, explicou.
Sobre a demora no atendimento, ele explicou que os casos de urgência e emergência são passados na frente, e por isso, há a demora, mas essa situação não será mudada. “Não vamos mudar isso. Hoje, a saúde de Campinas está problemática. O hospital do Centro está fechado para reformas, há um deficit de 200 funcionários aqui, já que entrei em 2009 com 1,7 mil e hoje trabalho com 1,5 mil, e 119 vão perder o emprego com o fim do convênio com o Cândido Ferreira”, comentou.
A prefeitura informou, através da Secretaria de Recursos Humanos, que há previsão de publicar os editais dos concursos públicos de 2012 na primeira quinzena deste mês. A administração ainda informou que as reformas do PA (Pronto Atendimento) Centro devem acabar no final de maio.
Fonte: Jornal Todo Dia