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03/04/2012

Médicos do Mário Gatti pedem vistoria do CRM

Órgão vai abrir sindicância; falta até esparadrapo, dizem profissionais

Médicos do Hospital Mário Gatti, em Campinas, pediram ao CRM (Conselho Regional de Medicina) uma vistoria do órgão na unidade de saúde para verificar as condições de trabalho e atendimento dos pacientes. De acordo com os três profissionais que assinam a carta, faltam materiais básicos, principalmente na área de ortopedia, e isso causa atraso na hora de receber e tratar os pacientes.

O pedido, que foi feito através do STMC (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Campinas), cita a falta de materiais como tesouras, serras para cortar gesso, linhas, esparadrapos, além de roupas e toalhas de cama. O sindicato também pediu que o MPF (Ministério Público Federal) entre com uma ação civil para investigar as denúncias.

“É lamentável que a situação da saúde de Campinas tenha chegado a esse ponto. Como o dinheiro é federal, achamos sensato também pedir ao MPF que abra uma ação civil”, afirmou Marionaldo Fernandes Maciel, coordenador do sindicato.


DEMORA

A demora para o atendimento também consta na carta, e os médicos culpam a falta de funcionários. Hoje, a média para uma consulta no hospital é de cerca de quatro horas, mas aumenta em seu pior dia, segunda-feira, quando os pacientes chegam a esperar seis horas. “É um absurdo o que acontece aqui. A gente espera muito tempo, e a consulta não dura nem um minuto”, afirmou o auxiliar de limpeza Josué Alves Silva, que estava no Mário Gatti por causa de dores nos estômago.

O Conselho informou que será aberta uma sindicância para avaliar o conteúdo do pedido, e que deverá agendar, com seus fiscais, uma visita ao Mario Gatti. Porém, todo esse processo é sigiloso. O MPF disse que responderá o pedido do STMC em até 30 dias.

OUTRO LADO

O diretor-presidente do Mário Gatti, Salvador Affonso Fernandes Pinheiro, negou que haja falta de aparelhos básicos no hospital, e diz que os médicos também não se mexeram quando tiveram de enfrentar situação parecida. “Uma vez, a serra de cortar gesso da ortopedia quebrou, mas há outras três no hospital, e eles sabem disso. Porém, em vez de pegarem a substituta, preferiram fazer essa carta”, explicou.

Sobre a demora no atendimento, ele explicou que os casos de urgência e emergência são passados na frente, e por isso, há a demora, mas essa situação não será mudada. “Não vamos mudar isso. Hoje, a saúde de Campinas está problemática. O hospital do Centro está fechado para reformas, há um deficit de 200 funcionários aqui, já que entrei em 2009 com 1,7 mil e hoje trabalho com 1,5 mil, e 119 vão perder o emprego com o fim do convênio com o Cândido Ferreira”, comentou.

A prefeitura informou, através da Secretaria de Recursos Humanos, que há previsão de publicar os editais dos concursos públicos de 2012 na primeira quinzena deste mês. A administração ainda informou que as reformas do PA (Pronto Atendimento) Centro devem acabar no final de maio.

Fonte: Jornal Todo Dia

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