Saiu na Imprensa: Prefeito exonera todo o comando da Setec

O prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), fez ontem mais uma alteração no seu governo com a exoneração de toda a diretoria da Serviços Técnicos Gerais (Setec). Deixam a Administração petista a presidente da autarquia, Tereza Dóro, o diretor técnico-operacional, Eulin Mark Arlindo, e o diretor administrativo-financeiro, Flávio de Souza Silveira. No lugar de Tereza, assume o advogado trabalhista Miguel Valente Neto. A queda da diretoria foi justificada pelo Executivo como uma forma de “oxigenar as relações” da empresa e tentar solucionar o problema dos camelôs.

Tereza afirmou que não vai se pronunciar oficialmente sobre sua saída e disse apenas que nunca faltou com a verdade durante o período em que esteve à frente da Setec. “Eu nunca menti. Por isso, não vou falar sobre minha exoneração”, afirmou.

Em nota oficial, o prefeito de Campinas agradeceu o trabalho realizado por Tereza na Setec e disse que a mudança foi necessária para que se resolva de forma efetiva a questão do comércio informal.

Demétrio aproveitou para atacar as administrações anteriores de Campinas. “Porque tenho que resolver, em 15 dias, um problema de mais de 20 anos, e que sete prefeitos não conseguiram ou não puderam resolver”, disse o petista.

Demétrio se referiu à ofensiva do Ministério Público (MP) no combate à venda de produtos de origem ilícita. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), notificou o sindicato da categoria a fechar as bancas em três áreas da região central no prazo de 15 dias. Em junho deste ano, a Promotoria também já havia solicitado providências à Polícia Civil e à Prefeitura. O Executivo se limitou a fechar algumas bancas do Terminal Central que já estavam sem uso. Depois disso, nada mais foi feito.

Tereza entrou na Setec convidada pelo então prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), em janeiro deste ano, após a saída de Achilles Sfizzo Júnior, que deixou a presidência da autarquia sem justificativas. Logo no início de sua gestão, a presidente precisou administrar o escândalo da tanatopraxia, que era a realização de cursos particulares de conservação de cadáveres em espaço público do necrotério Nossa Senhora da Conceição, nos Amarais, caso revelado com exclusividade pelo Correio. Alguns corpos eram desviados dos velórios para servir de objetivos de estudo sem a autorização das famílias.

Depois disso, o Gaeco passou a fechar o cerco contra a pirataria e o contrabando em Campinas. Tereza levantou a bandeira de Hélio no que diz respeito à formalização e tentou negociar com o MP uma saída pacífica para solucionar os problemas dos camelôs na cidade.

A Setec é a responsável pela fiscalização do uso e ocupação do solo na cidade e também pelas permissões concedidas ao comércio informal no município.

A Prefeitura divulgou apenas o nome de Valente Neto na presidência da autarquia. Os novos diretores ainda não foram escolhidos por Demétrio. O prefeito acredita que com o novo presidente vai conseguir solucionar o problema do comércio informal na cidade. “Pedi ao Miguel que estabeleça conversas imediatamente com todos os setores envolvidos: o Ministério Público, os camelôs e a sociedade civil como um todo. Estou absolutamente convencido que, com diálogo e o rigor da lei, poderemos dar as respostas que a sociedade exige.”