Se decisão fosse hoje, prefeito estaria fora do cargo, pois são necessários 22 votos; só um é a favor de pedetista
Se o relatório da CP (Comissão Processante) que pede o impeachment do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) fosse votado hoje, o chefe do Executivo seria cassado. Dos 31 vereadores ouvidos pelo TodoDia ontem, primeiro dia da sessão de julgamento do relatório, 26 afirmaram que irão votar a favor do impeachment do prefeito, quatro disseram estar indecisos e apenas um - Sérgio Benassi (PCdoB) - admitiu posicionamento a favor de Hélio. Os vereadores Tadeu Marcos (PTB) e Aurélio Claudio (PDT) não foram encontrados - o primeiro deixou a sessão e o segundo não compareceu. VICE PREPARADO O presidente do diretório municipal do PT, Ari Fernandes, afirmou ontem que o vice-prefeito Demétrio Vilagra está preparado para assumir imediatamente o comando da cidade caso o impeachment de Hélio seja aprovado. “Tanto o Demétrio quanto o partido estão prontos para essa circunstância. Já estamos definindo algumas políticas públicas a serem implantadas, mas não iremos adiantar nada até que a sessão de julgamento se encerre”, destacou Fernandes. Já o presidente do DEM em Campinas, vereador Campos Filho, acredita que a saída de Hélio da administração é hoje uma condição fundamental para a manutenção da governabilidade de Campinas. “O prefeito fez um grande trabalho, mas infelizmente se perdeu em denúncias de corrupção”, disse o vereador.
Para que o prefeito perca o seu mandato, são necessários os votos de pelo menos um terço do plenário, o que, em Campinas, corresponde a 22 dos 33 vereadores. Ou seja, ontem já havia pelo menos quatro votos a mais do que o mínimo necessário para que se decrete o impeachment de Hélio.
Até mesmo na bancada do PDT, partido do prefeito, o número de vereadores favoráveis à cassação é superior ao de indecisos.
Entre os pedetistas que declararam ser favoráveis ao relatório da CP estão Antônio Flores, Francisco Sellin (líder de governo até ontem), Paulo Oya, Pedro Serafim e Zé Carlos. Leonice da Paz e Zé Cunhado disseram que ainda irão aguardar o encerramento da leitura do processo e a apresentação da defesa de Hélio para manifestar seu posicionamento.
Segundo o pedetista Antônio Flores, a bancada foi liberada para votar como quiser, mas existe uma tendência pela aprovação do impeachment.
O PT, considerado o principal aliado de Hélio em seu segundo mandato, deve definir hoje sua posição oficial com relação à postura da bancada no que diz respeito à votação do relatório da Comissão Processante. O vereador Ângelo Barreto, contudo, já anunciou que irá se manifestar favoravelmente ao impedimento do prefeito. Os outros dois membros da bancada, Josias Lech e Jairson Canário, se declararam indecisos.
A virtual derrota de Hélio na Câmara também pode ser atribuída à mudança de postura de alguns partidos que faziam parte de sua bancada de sustentação, como o DEM e o PMDB, que votarão de forma uniforme a favor da cassação. Para o vereador Sebastião dos Santos, líder do PMDB, o trabalho que fez como membro da Comissão Processante o levou a consolidar seu voto pelo afastamento do prefeito.
Fonte: Jornal Todo Dia