A primeira-dama e secretária chefe de gabinete da Prefeitura de Campinas, Rosely Nassim Jorge Santos, entra em férias a partir de hoje por um período de 15 dias. Ela figura em relatório do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), do MPE (Ministério Público Estadual), de Campinas, como chefe de um esquema de corrupção envolvendo contratos mantidos pela Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento). Ela também é suspeita, segundo as apurações do MPE, de agir para liberar de empreendimentos imobiliários na cidade mediante pagamento de propina.
Quem assume interinamente o cargo de secretário chefe de gabinete de Campinas é Orlando Marotta Júnior. Segundo o TodoDia apurou, Rosely não deve reassumir suas funções na administração para cuidar exclusivamente de sua defesa na Justiça.
Rosely só não teve sua prisão temporária decretada pela 3ª Vara Criminal - a exemplo de outros 20 agentes públicos, empresários e lobistas envolvidos com a suposta organização criminosa - por conta de um habeas corpus preventivo concedido pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), que impede que tanto ela quanto o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) sejam submetidos a medidas coercitivas, como a detenção, durante as investigações do MPE.
SEGUNDA VEZ
Desde que surgiram as primeiras denúncias envolvendo a secretária chefe de gabinete com as denúncias de fraudes na Sanasa e na liberação de empreendimentos imobiliários é a segunda vez que Rosely se afasta do cargo.
Ao retornar de uma viagem feita à China em companhia do prefeito, Rosely pediu uma licença médica sob a alegação de problemas de hipertensão, argumento usado por ela inclusive para não atender a uma convocação do Gaeco para depor.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o período de férias da primeira-dama já estava programado e não tem qualquer relação com a crise política que atingiu a administração e que tem Rosely como principal elemento.
No depoimento feito à Justiça, dentro do programa de delação premiada, o ex-presi-dente da Sanasa Luiz Augusto Castrillon de Aquino afirmou aos promotores que Rosely comanda desde o início do governo Hélio um esquema de cobrança de propinas que envolveria diversos setores da administração.
Fonte: Jornal TodoDia