SINDICATO DOS TRABALHADORES DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE CAMPINAS
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06/01/2012

Saúde tem deficit de 1,2 mil funcionários em Campinas

Para Sindicato dos Servidores, no entanto, número ultrapassa os 2 mil

A Prefeitura de Campinas admitiu ontem que opera com um deficit de 1,2 mil profissionais da área da Saúde. São pelo menos 200 médicos a menos que o necessário, além da ausência de pelo menos mil outros servidores da rede de apoio, como enfermeiros, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Com isso, a população acaba sendo obrigado a peregrinar pelas Unidades de Saúde da cidade em busca de atendimento.
A informação sobre o déficit de servidores é do médico e diretor responsável pela Saúde de Campinas, Roberto Marden Soares Faria. O montante, porém, pode ser ainda maior, já que, para o coordenador do Sindicato dos Servidores Públicos de Campinas, Marionaldo Maciel, o deficit é de 600 médicos e 1,5 mil profissionais da rede de apoio.



Faria, porém, disse que a estimativa está errada. “Não concordo com o deficit apontado pelo sindicato. O problema nem é tanto a falta de médicos, mas os lo­cais onde estes profissionais evitam atuar, como a periferia da cidade”, disse. Ele afirmou ainda que o concurso público em andamento irá contratar pelo menos 100 médicos e mais 100 profissionais da rede de apoio, minimizando a falta de pessoal.
Para Faria, porém, a burocracia na hora de contratar médicos é um dos maiores obstáculos que a prefeitura enfrenta para reduzir o deficit. Ele apontou também que muitos médicos preferem a iniciativa privada por conta dos salários e também para evitar o trabalho em regiões periféricas.

ESTAFA

O sindicato, por sua vez, afirma que a situação é grave. A entidade argumenta que, em consequêcia do deficit de profissionais, existe sobrecarga sobre os trabalhadores e a demora, ou mesmo não realização, de atendimentos médicos. Maciel relatou que é comum o sindicato ser procurado por trabalhadores que se queixam do excesso de trabalho. “Os funcionários da Saúde estão estressados. Acredito que os recursos estão sendo mal gerenciados”, disse Maciel.
Já a diretora em Campinas do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), Silvia Helena Rondina Mateus, explicou que a maior parte dos médicos prefere trabalhar em regiões centrais das cidades e na rede privada por causa das condições de trabalho oferecidas. “Não é só o salário maior que conta. A agonia do paciente na rede pública acaba se tornando também um sofrimento para o médico, que, pela falta de estrutura, não tem garantias de que a cura será rápida”, disse.


Fonte: Jornal Todo Dia

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