Investigações mobilizam Legislativo e deixam projetos importantes na gaveta
Os
vereadores de Campinas correm contra o tempo para encerrar até o final do mês
os trabalhos das três comissões parlamentares de inquérito (CPIs) — da Emdec,
da Setec e do Trabalho Escravo — e da Comissão Processante (CP) que pode levar
à cassação do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT). Os trabalhos estão todos
em fase de conclusão. As investigações apuram irregularidades em contratos para
multas de trânsito com radares, más condições de trabalho em obras de grandes
construtoras e a denúncia de uso de corpos que passaram pelo necrotério dos
Amarais para aulas de tanatopraxia — técnica de conservação — sem consentimento
das famílias. Com
o encerramento das comissões de investigação será possível a abertura de outras
CPIs pelos parlamentares. O regimento interno da Casa permite que estejam em
andamento no máximo três CPIs. Em
maio, pelo número de comissões instauradas estar no limite, o vereador Artur
Orsi (PSDB) não pôde iniciar a CPI para investigar os contratos da Sociedade de
Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa) que fariam parte do suposto
esquema de corrupção denunciado pelo Ministério Público (MP). O
vereador já adiantou que vai protocolar de novo um pedido para que a CPI seja
instalada. Para isso, além da assinaturas de 11 parlamentares, é preciso
conquistar a aprovação no plenário. “Tem muita coisa, além de tudo que o
Ministério Público já investiga, que é preciso ser apurado”, disse Orsi. A
CPI também pretende apurar o esquema que facilitaria a liberação de alvarás
pela Secretaria de Urbanismo a empresários e a instalação de antenas de
telefonia celular em áreas de propriedade do ex-diretor de Planejamento da
Prefeitura Ricardo Cândia, um dos 22 denunciados pelo MP no Caso Sanasa. A
Câmara tem vivido um momento atípico com a avalanche de denúncias e tem deixado
de lado a votação de projetos importantes para a cidade, como o das macrozonas.
As três comissões, além da CP, somam quase 10 mil páginas. Ao todo, já foram
ouvidas cerca de 50 pessoas. A
CP também será encerrada este mês. Até o dia 28, o relatório deverá ser
apresentado e os vereadores terão de votar a cassação do prefeito. A comissão
foi instaurada em maio, três dias após ser o suposto esquema de corrupção na
Sanasa vir à tona, no dia 20 de maio. A megaoperação atingiu o núcleo forte do
governo Hélio, afastando do poder pessoas do alto escalão, como a primeira-dama
e ex-chefe de Gabinete Rosely Nassim Jorge Santos. Fonte: RAC Campinas Link notícia: http://bit.ly/qzrHUE
Fonte: RAC