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22/06/2012

Educação: Cemei é fechado quatro dias após a inauguração (saiu na imprensa)

Problemas estruturais do prédio, que é contrapartida da MRV, deixa crianças sem aulas há 39 dias

fonte: Correio Popular

Funcionários do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Professora Luciane Ribeiro Vilela, no Jardim Campo Belo, em Campinas, e pais de alunos denunciam uma série de irregularidades que impede a escola de funcionar. Inaugurada há 39 dias, em 14 de maio, o Cemei está fechado desde 18 de maio, quatro dias depois de ser entregue à população.

Pais de alunos relatam problemas na infraestrutura do prédio erguido no local, onde antes funcionava uma Emei. O Conselho de Pais informou à direção da escola que seus filhos só voltarão a frequentar o espaço após a Prefeitura garantir, através de um laudo técnico, a segurança das crianças. A falta d’água e de energia elétrica são alguns dos problemas. A escola também tem infiltrações e já apresenta rachaduras. A direção do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Municipal de Campinas (STMC) foi quem recebeu a denúncia. A Prefeitura informou que a obra foi feita pela MRV Engenharia e faz parte do pacote de contrapartidas da empresa pelos empreendimentos imobiliários realizados na cidade.

O Correio teve acesso às dependências do prédio e constatou as deficiências. As infiltrações podem ser vistas logo na entrada. Sem energia elétrica há um mês, os dois computadores, um na sala dos professores e outro na sala da direção, estão inutilizáveis. De acordo com a diretoria do STMC, houve um gato (ligação irregular na rede elétrica) para a inauguração da escola, mas um curto circuito interrompeu o fornecimento de energia.

“A escola já foi entregue com rachaduras na parede, vazamento de água”, disse a diretora do STMC, Rosana Medina. Em uma sala para crianças de 3 anos, uma tomada estava aberta e com os fios expostos. Técnicos de uma empresa faziam alguns reparos em um dos banheiros do prédio que apresentava vazamento. Sobre as infiltrações, um dos profissionais afirmou que a calha colocada no telhado tem apenas 10 centímetros de largura e não suporta a água das chuvas.

Para o grupo de sindicalistas que acompanhou a reportagem, houve pressa na inauguração da escola. Das sete salas construídas, cinco receberam alunos nos quatro primeiros dias de aula e todo o material ficou para trás.

Uma das salas que deveria receber bebês virou depósito de entulho, com restos da construção e caixas de papelão. No banheiro, diversas cadeiras para serem por crianças durante as refeições ainda estão na caixa. Uniformes estão encaixotados. Na inauguração, a Prefeitura divulgou que a escola possuía um banheiro adaptado, mas, apenas na porta há indicação que o espaço era para ser utilizado por cadeirantes: não há adaptação, como alças e uma pia adaptada.

De acordo com uma funcionária da escola, que não quis se identificar, também faltam funcionários. “Hoje são apenas 16 funcionários e a diretora. Não tem vice-diretora e nenhum outro cargo administrativo.” Ela disse que a escola foi construída para atender alunos de 6 meses a seis anos de idade, mas só atende a faixa de 3 a 6 anos.

Prefeitura e construtora
A Secretaria Municipal de Educação informou que a instalação do padrão de energia definitivo está programado para a manhã de hoje. O abastecimento da água também foi restabelecido ontem. A Prefeitura negou que a escola apresente rachaduras e informou que alguns locais da construção possuem juntas de dilatação, o que não implica em problemas estruturais do prédio.

Responsável pela obra, a MRV Engenharia disse que desconhece problemas que inviabilizem o uso do espaço. Sobre o suposto gato feito na rede elétrica, a empresa informou que mesmo após a inauguração da escola foi utilizada a ligação provisória que fornecia energia durante a obra. A construtora também enviou ao local um engenheiro para revisar a construção e solucionar pendências da obra. De acordo com a Secretaria de Educação, as aulas no Cemei devem ser normalizadas assim que a energia elétrica for completamente restabelecida.

Pais e sindicato se reúnem para cobrar uma solução
Para ouvir uma explicação da Administra municipal sobre a situação da escola, pais de alunos, funcionários e membros do Sindicato dos Servidores se reuniram ontem à tarde no prédio. O sindicato diz ter chamado representantes da Secretaria Municipal de Educação, mas ninguém compareceu. À reportagem, a pasta informou que problemas detectados estão sendo resolvidos.

A dona de casa Kátia Franciane Batista Pacheco, de 24 anos, não sabia que a escola continuava fechada e compareceu ontem para levar a filha Maria Eduarda, de 6 anos. “Isso é uma falta de respeito com os outros. Eu esperei mais de um ano por uma vaga e agora que saiu ela está sem aula”, disse. Segundo ela, a matrícula de Maria Eduarda foi feita no dia 14 de maio, dia da inauguração. O primeiro dia de aula foi no dia 15 e, no dia 16 a escola já estava sem energia e as aulas foram suspensas. Apesar da pouca idade, Maria Eduarda não quer ficar sem aula. “Se eu viesse todo dia aqui eu ia aprender a escrever.”

A Jovem Laiane da Silva do Nascimento, de 17 anos, é quem leva o sobrinho Jhonny, de apenas 4 anos, para a escola, mas isso só durou apenas alguns dias. Ontem, imaginando que a escola estaria aberta, ela o levou debaixo de chuva para o Cemei, mas encontrou o portão fechado. Durante a reforma da escola, que durou 10 meses, Jhonny foi transferido para a Nave-Mãe Leonel Brizola, no Jardim Marisa, mas agora, ele está sem aula. “Bem ou mal ele tinha aula lá, mas agora nem aula ele tem”, criticou.

Deusamar Oliveira da Silva, de 33 anos, também saiu de casa ontem para levar a filha Alice, de 4 anos, para ter seu primeiro dia de aula. “Desde quando eu me mudei para o bairro minha filha não teve nenhum dia de aula.” Tinha gente que ainda relembrava a inauguração da escola, no mês passado. “Foi tudo muito bonito, mas aí não passou nem uma semana e pegou fogo na fiação. Até quando vai ficar sem aula?”, questionou a babá Maria de Fátima Sampaio de Sousa, de 50 anos, que tem um neto que estuda no Cemei. Uma propaganda institucional da Prefeitura feita em frente ao Cemei no dia 12 também gerou críticas na internet.

link da notícia: http://bit.ly/PHh2Nf

ESCOLA COM UM MÊS DE USO TEM AULAS SUSPENSAS (fonte: Todo Dia)
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