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24/08/2011

Saiu na Imprensa: CP contra novo prefeito é entregue e vai a votação

PSDB e PSOL protocolam pedidos para investigar Demétrio

A Câmara Municipal de Campinas volta a ser hoje o centro das atenções na cidade ao discutir o destino de Demétrio Vilagra (PT). Um dia após assumir o cargo de prefeito, ele poderá enfrentar uma comissão processante e um pedido de afastamento  temporário, que deverão ser votados ainda esta noite. Menos de cinco minutos depois da posse do petista ser oficializada, ontem pela manhã, o vereador Valdir Terrazan (PSDB) protocolou na Casa os dois requerimentos em separado. Pelos corredores do Legislativo, há quem diga que a nova CP poderá reunir mais de 25 votos, o que garantiria sua aprovação. O mínimo necessário para ela ser instalada é de 22 votos (dois terços dos 33 parlamentares). O presidente municipal do PSOL, Paulo Bufalo, também protocolou pedidos semelhantes.
Um acordo entre os partidos já teria acertado este cenário de aprovação da comissão e de rejeição do afastamento provisório de Demétrio, mas os posicionamentos têm mudado muito rápido nas últimas horas no Poder Legislativo campineiro. O fato é que a possibilidade de afastamento, antes remota, teria aumentado a sua chance de ocorrer. “Temos a confiança de que o dois pedidos podem passar”, afirma o vereador Rafa Zimbaldi (PP), presidente da CP que cassou o mandato do ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) na semana passada. “O sentimento na Casa mudou. É possível que os dois requerimentos sejam aprovados”, acrescentou Artur Orsi (PSDB).
Autor dos pedidos, Terrazan acredita que a abertura de uma comissão processante é irreversível. “Não há a mínima possibilidade dela não ser instalada. A Câmara tem que ser coerente com o seu posicionamento nos últimos dias. A população e a imprensa devem acompanhar essa situação de perto”, afirma o tucano. “Acredito que, no caso do Demétrio, o afastamento seja ainda mais importante do que no caso de Hélio. É preciso entender que ele não vai conseguir o amparo suficiente na Casa enquanto toda a situação não for passada a limpo”, comenta o parlamentar.
Após ter votado pela cassação de Hélio, o vereador Jaírson Canário (PT) garante que está trabalhando para manter Demétrio no cargo. O colega Jorge Schneider (PTB) já disse que se manterá na postura de independência. Ele espera do novo prefeito um balancete das finanças da Prefeitura, que estariam em más condições, e uma resposta concreta que rebata todas as acusações do Ministério Público (MP) que recaem sobre as costas do atual chefe do Executivo. Demétrio é acusado de participação em um suposto esquema de pagamento de propina e fraudes em licitações públicas.
“Não quero aproximação nenhuma com o PT. Mas se o prefeito apresentar todas as respostas que pedi satisfatoriamente, vamos apoiar Campinas. Eu disse apoiar Campinas”, afirma, politicamente, o vereador.
O pedido do PSOL poderá não ser acatado pelo Jurídico da Casa pelo fato de o presidente Bufalo ter pedido o afastamento de Demétrio do cargo, algo que, segundo informações de dentro do próprio Legislativo, apenas os vereadores têm a prerrogativa para fazer.
Caso os procedimentos de investigação no Legislativo sigam em frente, e Demétrio tenha o mesmo destino de Hélio com a cassação de seu mandato, ou renuncie ao posto, quem assume a Prefeitura é o atual presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT). Em um prazo de 90 dias, ele teria a missão de convocar eleições diretas ou indiretas na cidade. A decisão final sobre o modelo do pleito e a sua data de realização caberia ao juiz eleitoral Nelson Augusto Bernardes, que também responde pela 3ª Vara Criminal de Campinas, onde o Caso Sanasa correu recentemente.
Em uma eleição indireta seriam os próprios vereadores que elegeriam o novo chefe do Executivo de Campinas, com candidatos apontados pelos partidos políticos. No caso de votação direta, seria realizada uma nova escolha popular, com registro de candidaturas, programa eleitoral gratuito e convocação de partidos.


Caça às bruxas
Apesar da especulação e da tentativa de adiantar um cenário para a sessão, tanto os vereadores da oposição quanto os que se consideram da base governista devem discutir o assunto à exaustão nos gabinetes e pelos corredores hoje. Parte da base de Demétrio, ainda em fase embrionária, argumenta que afastar mais um prefeito neste momento seria inoportuno.
“A oposição está promovendo uma verdadeira caça às bruxas. O novo prefeito pediu um pacto de governabilidade e agora é o momento. Vamos trabalhar para isso”, comentou o novo líder de Governo, Josias Lech (PT).

Fonte: Correio Popular (24/agosto/2011)


Fonte: Correio Popular

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