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27/10/2011

Saiu na imprensa: Ouro Verde tem rachaduras e alas vazias, após três anos

No dia 10 de junho de 2008, o Hospital Ouro Verde foi inaugurado em Campinas. A imponência do prédio, que custou R$ 60 milhões, trouxe à cidade o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que participou da solenidade de inauguração. Uma das principais garantias do governo Hélio de Oliveira Santos (PDT) era de desafogar a saúde pública do município e ampliar o atendimento da rede. Inicialmente, o hospital operava com 50% da capacidade. A proposta era expandir esse número e atingir sua totalidade em até seis meses. Mas, passados mais de três anos de sua inauguração, a unidade opera, hoje, com apenas 60% dos leitos.
A equipe do Correio entrou ontem no hospital e viu um prédio imponente, mas com muitas áreas ociosas e vazias. Essa foi a primeira vez que a reportagem foi autorizada a entrar no prédio desde a sua inauguração, autorizada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), gestora do hospital, que mantém convênio com a Prefeitura desde a inauguração do Ouro Verde.
Na recepção principal, a estrutura impressiona, mas basta adentrar ao prédio para perceber as deficiências. Em uma pequena sala estão armazenados quatro importantes equipamentos sem uso—um aparelho de videolaparoscopia, para realização de cirurgias, um aparelho de mamografia, um microscópio cirúrgico e um eletromimiografo. A mamografia, por exemplo, está parada há mais de dois anos. Bem perto dali está o centro cirúrgico, mas que também está desativado. Das oito salas preparadas para receber cirurgias, apenas duas são utilizadas.
Saindo do centro cirúrgico, há uma sala enorme, também vazia. Ali, explica um dos representantes da SPDM, era para funcionar o salão da ortopedia, para onde vão os pacientes após as cirurgias. Com capacidade para 20 leitos, o espaço só não está vazio porque, em um canto da sala, macas, camas e colchões estão amontoados desde a inauguração do prédio.
A quantidade de rachaduras encontradas nas paredes também chama a atenção. De acordo com a SPDM, uma movimentação do terreno causou as fissuras, mas a construtora responsável pela obra está providenciando os reparos. Por conta das obras, a clínica cirúrgica passou a abrigar os pacientes da clínica médica, que recebeu esses pacientes desde 2008 e está em reforma. Parte do forro das salas foi retirada e dezenas de rachaduras podem ser vistas nas paredes.
O centro cirúrgico, antes mesmo de ser inaugurado, também apresentou rachaduras, mas os problemas já foram resolvidos naquele espaço, informou a SPDM, que afirmou que os problemas estruturais apareceram em quase todas as alas e que foi preciso uma adequação dos pacientes para a realização das obras.
Segundo o diretor do hospital, Gustavo Ziggiatti Guth, a falta de verba sempre foi o motivo para não utilizar 100% da estrutura hospitalar. No entanto, ele anunciou que o governo federal já liberou R$ 2,6 milhões mensais ao Ouro Verde. O novo aporte já foi publicado no Diário Oficial da União e, a partir do mês que vem, já deverá estar disponível, afirmou. Ele disse que as obras estão adiantadas e a construtora deverá concluir a reforma até dezembro — segundo o Correio apurou, os serviços podem terminar apenas no fim de janeiro de 2012.
A partir do final das obras, um novo processo se inicia, o de contratações e treinamento de pessoal. Com o novo investimento federal, será possível expandir dos atuais 135 para 219 leitos, atingindo a capacidade máxima do hospital, além de colocar em funcionamento todas as oito salas do centro cirúrgico, além de passar a utilizar os equipamentos que estão parados. Entre eles, máquinas de última geração. “Vamos poder utilizar todas as salas cirúrgicas. Vamos poder usar tudo”, afirmou.


Fonte: Correio Popular

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