A Câmara de Campinas instaurou ontem à noite uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar denúncias de corrupção na prefeitura da cidade, conforme pedido do vereador Artur Orsi (PSDB). Os integrantes da CPI, contudo, só deverão ser definidos na sessão ordinária prevista para amanhã.
Também ontem a Câmara encaminhou à Justiça uma contestação para tentar reverter a decisão que anulou a implantação de uma CP (Comissão Processante) contra o prefeito Demétrio Vilagra (PT) e seu afastamento do cargo por 90 dias, aprovado pelos vereadores, na semana passada.
De acordo com Orsi, a CPI deverá se dedicar à investigação de todos os casos suspeitos de corrupção ou de irregularidades denunciados recentemente pelo Ministério Público e pela imprensa. Entre as denúncias estão fraudes em contratos da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento) com prestadores de serviço, irregularidades na aprovação de empreendimentos imobiliários e favorecimento na liberação de áreas para a instalação de antenas de telefonia celular.
O vereador Valdir Terrazan (PSDB), autor dos requerimentos que pediam a criação de uma Comissão Processante para analisar o impeachment do prefeito Demétrio Vilagra, criticou a liminar concedida pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública, Mauro Iuji Fukumoto, que manteve o petista no cargo.
“A decisão desse juiz cria um grave precedente, de que vice-prefeitos que assumam a administração não podem ser investigados pela Câmara”, disse. Terrazan lembrou que, quando ingressou com pedido de afastamento do ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), a posição da Justiça foi de não interferir nas atribuições do Poder Legislativo.
Para o vereador Ângelo Barreto (PT), o prefeito apenas exerceu o direito ao procurar a Justiça para questionar as decisões da Câmara. “Já tivemos vários casos em que vereadores desta Casa procuraram a Justiça para questionar decisões tomadas pela própria Câmara. Isso é um direito legítimo”, afirmou.
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