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04/09/2009

Prefeito nega atrasos e promete 13º para setembro

Leia reportagem publicada nesta sexta-feira (4/9) no jornal local; Dr. Hélio vai a imprensa e tenta se explicar; Sindicato e categoria estão mobilizados a atentos na defesa dos direitos

Na tentativa de acalmar os ânimos dos servidores municipais, pedetista garante que não haverá calote salarial

O prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), numa clara tentativa de acalmar os ânimos dos servidores e evitar desgaste político, negou ontem qualquer possibilidade de atraso nos salários e voltou a prometer o pagamento da primeira parcela do 13º salário. Durante uma coletiva de imprensa convocada às pressas, Hélio afirmou que a Prefeitura, apesar de viver um dos piores momentos na arrecadação de receita, não tem registrado dificuldade para pagamento de pessoal e que a venda das ações da CPFL Energia S.A. servirá apenas para reforçar os cofres públicos, combalidos pelos efeitos da crise financeira mundial. Anteontem à noite, em assembleia em frente ao Paço Municipal, os servidores decidiram por fazer greve caso haja qualquer atraso no pagamento dos salários.

Buscando amenizar a situação, o prefeito disse ainda que sua Administração nunca atrasou salários e que os adiamentos para pagamento da primeira parcela do 13º salário "nunca existiram", apesar dos avisos -- primeiro em julho e, depois, em agosto -- terem sido feitos oficialmente pela Secretaria Municipal de Recursos Humanos. "Não houve atraso nos pagamentos do 13º nem dos salários. O que existe é o mau uso das informações pelo sindicato (dos servidores de Campinas), que está fazendo jogada política com a desinformação. Nunca atrasamos pagamento de servidor", disse Hélio, prometendo o pagamento da primeira parcela do 13º para o dia 30 de setembro.

Com relação à venda das ações da CPFL Energia no mercado financeiro, o chefe do Executivo afirmou que a operação foi feita com toda a segurança jurídica necessária. As ações foram compradas do Instituto de Previdência Social do Município de Campinas (Camprev) por cerca de R$ 12,6 milhões e vendidas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa) por cerca de R$ 11,9 milhões, um prejuízo direto de quase R$ 800 mil para a Prefeitura. O pagamento ao Camprev, segundo explicou o diretor-presidente do instituto, Moacir Benedito Pereira, será feito no prazo de 60 meses (cinco anos) com juros anuais calculados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais 8%.

Críticas

Marionaldo Fernandes Maciel, um dos coordenadores do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Campinas, disse que o estrago na conta bancária do servidor público pelo atraso do pagamento da primeira parcela do 13º já foi feito. "O fato é que muita gente contou com esse pagamento e contraiu dívidas contando com esse pagamento que, historicamente, é feito em julho. A Prefeitura não pagou e, em julho, prometeu que faria em agosto e setembro. Na semana passada, disse que não o faria. E agora muda de ideia. Eu espero que o prefeito não tenha criado um factoide para sair na mídia", criticou, reafirmando a intenção de questionar a operação financeira da venda das ações ao Camprev e à Prefeitura.


Fonte: (VBF e Rose Guglielminetti/AAN)

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