Desenrolar do caso Sanasa
A Câmara Municipal de Campinas considerou insuficiente a defesa apresentada pelo prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), o dr. Hélio, sobre um suposto esquema de fraudes na prefeitura e decidiu dar prosseguimento ao processo de impeachment. A decisão foi tomada ontem, depois de uma comissão formada por três vereadores analisar a defesa apresentada pelo prefeito. O processo se refere à suspeita de fraudes em licitações na prefeitura que é investigada pelo Ministério Público e que já resultou na denúncia de 22 pessoas, incluindo a primeira-dama e ex-chefe de gabinete, Rosely Nassim Santos, e o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT). Apesar de dr. Hélio não ter sido denunciado pela Promotoria, os vereadores aprovaram, por unanimidade, em 23 de maio, a abertura do processo de cassação dele. Depois de determinar a continuidade do processo, a comissão tem até o fim de agosto para decidir se pede ou não o impeachment do prefeito. São necessários dois terços dos votos de 33 vereadores para que ele perca o mandato. No próximo dia 29, serão ouvidas as 20 testemunhas indicadas pelo prefeito. Entre elas, estão os ministros do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), e do Esporte, Orlando Silva (PC do B). A primeira-dama e ex-chefe de gabinete de Campinas, Rosely Nassim Jorge Santos, está foragida desde sexta-feira De acordo com o advogado do prefeito, Alberto Rollo, os ministros tiveram contato com dr. Hélio enquanto ele era deputado e poderão falar sobre a sua conduta. O processo foi aberto a pedido do vereador Artur Orsi (PSDB), que poderá indicar até hoje testemunhas para a comissão. Para ele, o "julgamento político independe de o prefeito estar sendo ou não processado criminalmente". 'GOLPE POLÍTICO' Em carta à população divulgada hoje, dr. Hélio qualificou o processo de cassação como "tentativa desesperada de golpe político". Disse ainda que "em nenhum momento" viu ou percebeu sua mulher participar do suposto esquema de corrupção. Ela é apontada pelo Ministério Público como a mentora do esquema que fraudou licitações da companhia de água e esgoto da cidade, a Sanasa. A primeira-dama, o vice-prefeito e outras três pessoas estão foragidas desde a última sexta-feira, quando tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Dr. Hélio de Oliveira Santos, prefeito de Campinas, enfrenta processo de impeachment na Câmara dos Vereadores
Fonte: Folha de S. Paulo