Comissão Processante continuará a apurar o impeachment contra o prefeito mesmo com a Casa em recesso e sem sessões ordinárias durante o mês de julho
A
Câmara dos Vereadores de Campinas entra em recesso nesta sexta-feira (1),
período em que não há sessões ordinárias que acontecem em todas as segundas e
quartas-feira. Porém, os vereadores continuam a trabalhar em rotina normal,
inclusive a Comissão Processante que apura o impeachment contra o prefeito
Hélio de Oliveira Santos (PDT). O
prazo para a CP entregar o relatório que define se o processo que pode caçar o
mandato de Hélio expira em 60 dias. Caso seja concluído que há elementos
suficientes para o impeachment, os vereadores de Campinas voltam a votar em
definitivo se o chefe do executivo continua em suas funções ou deixa o mandato
a um ano e meio para seu término. Para
o mês de julho pode ser agendados mais três depoimentos de testemunhas de
defesa do prefeito que deixaram de ser ouvidas na última quarta-feira (29). São
eles o deputado federal Guilherme Campos (DEM), o deputado estadual e
presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, e o ministro do
Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Além
dos depoimentos, o vereador Rafa Zimbaldi (PP) afirma que a CP irá se reunir na
próxima semana para deliberar sobre requerimentos que serão impostos nesta
quinta-feira (30). 'Nós da Comissão nos reuniremos semana que vem para
deliberar sobre os requerimentos que a defesa e acusação prometeram enviar à
Câmara. A Casa vai interromper as atividades amanhã, porém continuaremos
trabalhando para decidirmos sobre o processo de impeachment, afirma Zimbaldi Quanto
ao término do prazo para entrega da decisão sobre o impeachment do prefeito,
Zimbaldi garante que farão diligências até o fim do prazo. 'Tudo vai depender
agora das possiveis diligências que faremos sobre a administração pública e
temos até o fim de agosto para entregarmos nosso relatório.' disse o presidente
da CP. O
processo de impeachment foi instalado na Câmara dos Vereadores de Campinas pelo
vereador Artur Orsi (PSDB) em maio e desde a instalação da Comissão Processante,
o prefeito continuou em suas funções. Ao todo, quatro votações foram feitas no
plenário para tentar afastar o prefeito durante o processo, mas nenhuma obteve
sucesso Em
depoimento à CP, Hélio defendeu sua mulher Rosely Nassim Jorge Santos, sua
ex-chefe de Gabinete, que é acusada de envolvimento em fraudes de contratos da
Sanasa e definiu o processo de impeachment como manobra política da oposição,
uma vez que em investigações do Ministério Público seu nome não consta como
suspeito em nenhum processo. O
advogado de Hélio, Alberto Rollo, afirma que o MP não acusa o prefeito de nada,
sendo assim, não existe motivo para o afastamento do prefeito. 'Foi um dia bastante
cansativo, mas, para efeito de defesa, o trabalho foi absolutamente bem feito.
É obrigação da acusação provar as suas alegações. E, como o próprio Ministério
Público diz que o prefeito não praticou nenhum ato, então, tenho certeza que o
resultado do julgamento na Câmara só pode ser um.' afirma Rollo.
Fonte: RAC