Na segunda vistoria no local em um mês, diretores encontraram um cenário ainda pior, apesar de o governo maquiar problemas apontados na primeira ação do STMC
Novamente, havia apenas dois servidores operacionais para limpar e cuidar das baias de mais de 100 animais, que precisam muito de cuidados especiais já que chegam doentes, maltratados, vítimas de violência e atropelamentos. Mesmo tentando maquiar a situação desaparecendo do local com remédios vencidos, voltamos a encontrar medicação e cateteres fora da validade. Não havia veterinário no DPBEA no momento da vistoria e a informação é que também não há durante o período noturno.
Os diretores Afonso Basílio Júnior, Almir Pereira Alves, Tércio Sthal, Cleyton André dos Santos e Sérgio Santos reforçaram a denúncia e a exigência de PROVIDÊNCIAS URGENTES para acabar com a precariedade na estrutura do local e aumentar o número de funcionários. O Sindicato dos Servidores de Campinas vai fazer um relatório técnico sobre todos os problemas encontrados na Sede do DPBEA e irá encaminhar ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
“Novamente, encontramos uma situação terrível de trabalho para os servidores e de péssimas condições para os cuidados com os animais que chegam lá muito debilitados. No DPBEA são poucas as salas que possuem luz elétrica. Há um sério risco de curto-circuito. Encontramos um freezer com vários corpos de animais mortos. A norma é mesmo deixar os corpos refrigerados, mas eles deveriam ser levados rapidamente para o aterro sanitário. As condições no DPBEA estão terríveis para os trabalhadores e os animais”, afirmou o diretor, Afonso Basílio Júnior.
O engenheiro do Trabalho do STMC, Eduardo Martinho Rodrigues, disse que foram encontradas várias irregularidades que ferem as normas de segurança e bem-estar no ambiente de trabalho. “As condições sanitários encontradas nos vestiários e banheiros estão completamente em desacordo com as normas. O mesmo problema verificamos quanto à ergonomia. Não existe iluminação adequada em nenhum dos espaços. A parte elétrica também é precária. De forma geral, as condições de trabalho são bem ruins. E há poucos funcionários no operacional para atender a demanda de trabalho no local”, apontou o engenheiro.
O secretário de Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Braz dos Santos Adegas Júnior, também participou da vistoria e informou que o local passará por uma reforma. Segundo o secretário, uma nova sede será construída, mas no período de transição o atual local continuará sendo o espaço para acolher os animais atendidos pelo Samu Animal. Ele rebateu várias denúncias do STMC – mesmo com as imagens e as informações coletadas durante as duas vistorias - e garantiu que no caso da infestação de ratos existe um trabalho do zoonoses.
O STMC vai manter a luta por respeito e dignidade para os funcionários do DPBEA e também para os animais atendidos no serviço.