SINDICATO DOS TRABALHADORES DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE CAMPINAS
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02/06/2008

Após luta do Sindicato, SAMU melhora instalações e faz reinauguração

Acompanhe matéria do jornal Correio Popular que retrata a luta dos trabalhadores e do Sindicato para melhorar as condições do local

O prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), quer que o Estado assuma a implantação de um serviço metropolitano para o atendimento médico de emergência. O prefeito afirma que, se efetivado, o projeto (uma antiga aspiração regional) vai salvar centenas de vidas, ameaçadas diariamente na malha rodoviária confusa, de uma região superadensada.

Hélio fez a declaração ontem de manhã, após a inauguração da sede reformada e ampliada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), na Ponte Preta. Ele considera imprescindível a intervenção do governo estadual no equipamento de unidades microrregionais e no treinamento das equipes socorristas.

O prefeito usa o exemplo de Campinas para justificar os argumentos. A cada dia, o Samu registra 150 saídas das ambulâncias. Dos casos, 40 são urgentes. Para manter 12 viaturas de suporte básico e três de suporte avançado, a Prefeitura investe nada menos que R$ 600 mil a cada mês. O dinheiro serve também para o custeio administrativo de um serviço público onde trabalham 286 servidores.

De acordo com Hélio, o Samu local só não opera no vermelho porque a Secretaria Municipal de Saúde conta com o aporte mensal de R$ 200 mil provenientes do governo federal. "Nem todos os municípios da região contam com economia sólida e caixa suficiente para manter o serviço efetivo", afirma.

Ele acredita que o núcleos pontuais possam ser estratégicos para atender núcleos conurbados. Uma unidade, explica, poderia atender Jaguariúna, Pedreira, Mogi Mirim e Holambra. Outra, por exemplo, prestaria assistência a Santa Bárbara, Americana e Nova Odessa. "Os motoristas das viaturas, os enfermeiros e médicos conheceriam a estrutura hospitalar disponível e os caminhos mais rápidos", afirma. Ele lembra que uma experiência a ser seguida uniu, recentemente, as assistências prestadas pelas equipes de Sumaré e Hortolândia.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde para saber se existe, na pasta, algum projeto para a metropolização do Samu. Mas não houve resposta, até o final da tarde de ontem.

Enquanto também espera um retorno do Estado à reivindicação, Hélio promete aprimorar os serviços locais, inaugurando duas unidades na periferia. Hoje, além da sede na Ponte Preta, o Samu tem bases instaladas no Taquaral, DIC 1 e Jardim Florence. A Saúde ainda não definiu onde serão as novas bases, nem quando começa a instalação.

A equipe, acionada pelo telefone 192, é treinada para atender situações de natureza traumática, clínica, pediátrica, gineco-obstetra e psiquiátrica. Mas o alto padrão de atendimento, alcançado hoje após uma remodelação prometida desde o governo passado, só foi alcançada após oito meses de pressão. No período, o sindicato dos servidores recorreu ao Ministério Público para denunciar a precariedade das operações.

As obras incluíram mudanças nas salas administrativas e regulação médica (serviço que ordena o socorro segundo a natureza do pedido feito ao telefone). Os banheiros, quartos de repouso, cozinha, refeitório e almoxarifado foram readequados e ganharam nova mobília. As salas de manutenção e armazenamento de cilindros foram reformadas. Foi construído um espaço de treinamentos. As intervenções foram executadas com R$ 300 mil disponibilizados pelo governo federal.


Local oferecia risco aos funcionários

Ampliação foi acelerada após sindicato apontar más condições de infra-estrutura

A reforma e a ampliação do Samu foi acelerada a partir de setembro do ano passado, quando o sindicato dos servidores municipais denunciou a precariedade dos equipamentos. O Ministério Público do Trabalho confirmou a gravidade da situação. A procuradora Maria Stela Guimarães de Martin chegou a ajuizar, em dezembro, uma ação civil pública, exigindo da Prefeitura de Campinas a readequação do espaço.

Na época, os cilindros de oxigênio eram armazenados de maneira improvisada. Faltavam até os capacetes protetores dos registros das válvulas. A autoclave (um vaso de alta pressão usado para esterilizar equipamentos) nunca era submetida a inspeção técnica. No caso de quedas ou vazamentos, os cilindros corriam o risco de explodir. O local oferecia risco aos funcionários.

As diligências das lideranças sindicais se sucediam, mas a readequação não era efetivada. A Prefeitura chegou a receber, em outubro e novembro, dois autos de infração por não investir em reformas na sede. Em fevereiro, diante do juiz do trabalho Flávio Gaspar Salles Vianna, o coordenador do Samu, José Roberto Hansen, solicitou a suspensão do processo até maio, quando se comprometia a concluir as obras.

Mas a Prefeitura continuou pressionada. O auditor fiscal médico do trabalho, Mário Roberto Valbert Matallo, chegou a interditar a área de armazenamento. No dia 14 de maio, o Ministério Público do Trabalho ingressou com petição, requerendo que a Prefeitura fosse multada e os administradores responsabilizados.

Alívio

A "reinauguração" do Samu, ontem, fez administradores e funcionários respirarem aliviados. Além da ameaça denunciada dos cilindros, a equipe se acostumou a conviver sem conforto. Nos alojamentos, faltavam até colchões. Na lavanderia, o coletor de roupas sujas não fechava, simplesmente porque tinha um dispositivo enferrujado na pedaleira que acionava a tampa. Tanto é que as intervenções físicas eram solicitadas (e prometidas pelo poder público), há nada menos que sete anos.

O coordenador Hansen, que ontem chorou de emoção ao tomar a palavra na cerimônia de descerramento da placa, afirmou que não se inaugurava uma obra, mas se concretizava um sonho. "Com a reforma, a gente consegue homenagear uma equipe brava de funcionários, que sempre se desdobrou para superar as deficiências", disse o coordenador. (RV/AAN)


'Veterano' festeja a obra de reforma nas instalações

Muito mais que o prefeito ou os diretores, os funcionários festejaram a reforma da sede do Samu. Caso, por exemplo, de Adelson Simonato, de 43 anos que, desde os 29, trabalha como motorista no serviço. Ele foi contratado em 1994, quando o serviço, mantido pela Prefeitura de Campinas, se chamava Central de Ambulâncias. Tempo em que o socorro era prestado em veículos Caravan e Parati, na maior improvisação.

Faltava oxímetro de pulso e desfibrilador, por exemplo. Ele mesmo deixou a direção para ajudar partos. Hoje, diz aliviado, as equipes circulam pela cidade em viaturas potentes como as Mercedes-Benz Sprinter, todas com equipamentos de ponta. "A gente mesmo atendia o telefone, pois nem tínhamos telefonista. Como faltava o serviço de regulação, a assistência era por ordem de chamada", afirma Simonato. (RV/AAN)


Fonte: Jornal Correio Popular - 31/05/2008

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