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29/02/2012

Mário Gatti: Falta de material adia cirurgias

Funcionários da ortopedia do Mário Gatti denunciam deficiências, que atingem 22 pacientes

Cirurgiões e ortopedistas do Hospital Municipal Mário Gatti querem que o Conselho Regional de Medicina (CRM) faça uma vistoria no setor de ortopedia. Eles enviaram uma carta ao chefe do setor denunciando a falta de materiais para as cirurgias de trauma, que incluem acidentes e outras urgências e emergências, e solicitando a vistoria do CRM. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal, a situação faz com que 22 pacientes estejam internados à espera de cirurgia. A carta, escrita em papel timbrado do hospital e assinada por alguns médicos, afirma que faltam insumos como perfuradores, serras, materiais de implantes, alicates de pressão, cortadores de fio, fio de sutura, parafuso de interferência e implantes de ombro, entre outros materiais.

“São 22 pessoas à espera de cirurgias (de urgência e emergência) porque não tem parafuso”, disse o coordenador do sindicato, Marionaldo Maciel. Um médico revelou à reportagem que nenhuma cirurgia eletiva (programadas com antecedência) está sendo feita. O órgão deve protocolar uma denúncia ao Ministério Público. “A situação chegou ao ponto dos médicos pedirem ajuda”, conta o coordenador.

A espera prolongada na internação do hospital além de prejudicar a recuperação dos traumas sofridos, aumenta as chances dos pacientes serem vítimas de infecções. “Estamos falando de pessoas com fraturas que estão internadas esperando que o hospital compre parafusos, serras e outras coisas. A situação é absurda”, afirmou Maciel.

A delegada do CRM em Campinas, Silvia Helena Rondina Mateu, informou que até ontem não havia sido comunicada sobre a situação na ortopedia do Mário Gatti. “Quando recebemos uma denúncia sobre a falta de condições de trabalho, o conselho abre uma sindicância e pede uma fiscalização”, explicou. O presidente do hospital, Salvador Pinheiro, negou o problema. “Na sexta-feira, dia 25, às 17h, fui informado que das três serras que cortam gesso, duas foram queimadas e uma furtada. A serra foi comprada em caráter de emergência e está há uma semana no almoxarifado, só que gerente da ortopedia não foi buscar”, disse. Pinheiro conta que em ano eleitoral o Hospital Mario Gatti é muito visado e “qualquer coisa é pano para manga”. “Alguns colegas querem fazer cirurgia de ombro usando materiais que não são contemplados pela tabela SUS, querem que eu traga material de fora sem passar por licitação. Só que o chefe da ortopedia não foi comunicado”, afirmou o presidente, ressaltando que todos os pacientes internados estão sendo operados. “Todo o material ortopédico que o SUS libera está disponibilizado”, afirmou.

 
EX-SECRETÁRIO NEGA OMISSÂO
Saraiva diz que não pretende recorrer de quebra de sigilo em investigação

O ex-secretário de Saúde de Campinas José Francisco Kerr Saraiva disse ontem que não vai recorrer da decisão da Justiça que determinou a quebra de seu sigilo bancá- rio. Além de Saraiva, o prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT) e o ex-secretário de Assuntos Jurídicos Carlos Henrique Pinto terão suas contas investigadas. A ação é resultado de uma liminar obtida pelo Ministério Público (MP), que encontrou irregularidades no convênio firmado entre o Executivo e a ONG Ação Artística para o Desenvolvimento Comunitário (Acadec) dentro do programa DST/Aids. As irregularidades teriam ocorrido em 2007, durante o primeiro mandato de Hélio.

Entre as irregularidades apuradas pelo MP no convênio com a Acadec estão a ausência de notas fiscais, movimentação bancária irregular e compras de itens que não se enquadram na especifica- ção dos serviços da ONG, como seis portas de madeira de jequitibá-rosa.

Saraiva afirmou que não foi omisso quando as denúncias vieram à tona, em 2008. “Eu fui o responsável pela autoria que, posteriormente, culminou em uma sindicância e no envio de documentos para o MP. Eu era o secretário de Saúde nesta época e pedi a investigação dos irregularidades. Depois, todos os documentos foram encaminhados à Secretaria de Assuntos Jurídicos, que tomou as providências que julgou necessárias. A própria Câmara investigou o convênio. Durante a minha gestão da Saúde, sindicâncias foram instauradas para investigar denúncias no Hospital Ouro Verde, no Cândido Ferreira e em outros convênios. Essa é uma atitude necessária dentro das administrações públicas. Principalmente em uma secretaria com mais de centenas de funcionários e recursos da ordem de R$ 700 milhões”, afirmou Saraiva.

Para o ex-secretário, não deve haver qualquer tipo de resistência de integrantes do poder público ou de ex-integrantes no que diz respeito a investigações. “Quem ingressa em uma função pública deve saber que sua vida será pública. O MP pode vasculhar minhas contas e se julgar necessário também posso apresentar minhas declarações de imposto de renda.”

O ex-gestor da Saúde de Campinas disse que não se arrepende de ter participado do governo Hélio. “Eu ingressei na vida pública por considerar que uma das maiores injustiças sociais está justamente na área da Saúde. Nesse período, durante seis anos, eu trabalhei para melhorar a condição do atendimento de Campinas. Tenho orgulho em dizer que participei da consolidação do Sistema Único de Saúde”, disse.

Fonte: Correio Popular

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