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17/03/2008

Correio Popular: Só nove vereadores querem CEI sobre os fantasmas

Os escândalos dos comissionados "fantasmas" do poder público de Campinas, que vieram à tona no dia 1 de fevereiro com denúncia exclusiva do Correio, trouxeram para o foco de uma lente de aumento as atitudes dos vereadores diante das frentes de apuração propostas, tentadas ou efetivamente instaladas na esfera do Legislativo municipal. A maioria esmagadora dos 33 parlamentares -- inclusive toda a base de sustentação do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) --, sistematicamente se incumbiu de abafar os debates e as providências concretas. Do total de parlamentares, apenas seis assinaram a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para devassar o quadro de comissionados dos dois poderes. Outros três parlamentares prometeram pôr o nome, mas, mais de um mês após ter sido levantada a proposta de uma CEI, ainda não o fizeram.

Nas idas e vindas dos casos -- cujo primeiro e mais emblemático foi o do comissionado da Prefeitura Maurício da Silva Reis, que desde 2002 fazia jardinagem em reduto eleitoral do presidente da Câmara, Aurélio José Cláudio (PDT) --, a movimentação aconteceu em torno de reuniões secretas, sessões e discussões acaloradas, mútuas acusações e, quase sempre, um profundo silêncio.

Relatório

A única peça prática resultante de todo o processo, produzida a título de satisfação à sociedade, foi o relatório elaborado pelo corregedor Sebastião dos Santos (PMDB), encarregado de apurar, no âmbito interno, as acusações de que assessores de Aurélio ficassem com parte dos vencimentos de Reis -- que afirmou à reportagem, embora depois tenha desmentido, ficar com 20% dos R$ 3.214,77 de seu salário bruto como assessor do Executivo. Confuso e cheio de contradições, o documento da Corregedoria foi redigido com base em apenas três depoimentos, todos sigilosos. Ao final, o presidente e um de seus assessores acabaram inocentados. O jardineiro foi exonerado pela Prefeitura de Campinas.

Depois de pronto, o relatório foi remetido por Santos para a Comissão de Constituição, Legalidade e Redação, que poderia recusá-lo e continuar as investigações, mas que, ao invés disso, preferiu, por maioria, aceitá-lo e determinar o seu arquivamento, enterrando de vez o caso. Enquanto isso, continua derrapando na resistência orquestrada pela base governista o instrumento pleiteado pela oposição como o salvador da pátria -- e da reputação da Câmara. (...)


Fonte: Correio Popular

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