SINDICATO DOS TRABALHADORES DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE CAMPINAS
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26/03/2012

Fechamento do PA Centro reflete em atendimento

Unidades como a do Campo Grande tiveram um aumento de 7,5% na procura por pacientes

O fechamento do Pronto Atendimento Centro (PA Centro), há seis dias, teve reflexos no movimento das demais unidades de saúde de Campinas. A própria Secretaria Municipal de Saúde registou um aumento na procura por pacientes. No caso específico do PA Campo Grande, a unidade teve um acréscimo de 7,5%, de segunda a quinta-feira, em relação à demanda da população. Na prática, houve um aumento de 20 a 30 pessoas por dia. Sobre as demais unidades de saúde, a Prefeitura promete divulgar hoje um balanço, incluindo os finais de semana.

Isso tem gerado filas nos atendimentos. Na manhã de ontem, a reportagem do Correio percorreu o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti e os PAs São José, Padre Anchieta e Campo Grande, locais para onde foram remanejados os pacientes e os 140 funcionários, sendo 30 médicos, do PA Centro, para reforçar as equipes.

No Mário Gatti, no bairro Parque Itália, local que vai absorver a maior parte da demanda do PA Centro, já que é o hospital de referência regional no segmento, com uma demanda média de 500 pacientes por dia, o público também já sentiu o efeito da desativação do PA Centro. “Soube que durante a semana o movimento subiu e as pessoas estão esperando quase o dobro do tempo nas filas”, disse a cozinheira Maria Cristina de Souza, de 45 anos.

No PA São José, localizado na região Sul, os pacientes também sentiram as mudanças. “A espera está pior. Estou aqui desde a madrugada e não fui atendida ainda. O atendimento médico também  está ruim. É um desrespeito com a gente”, comentou a despachante operacional de voo Ana Paula Souza, de 32 anos.

Acostumada com a demora no atendimento, a faxineira Juliana Damarzio, de 33 anos, não percebeu uma piora na situação. “Acho que está tudo igual. A demora está a mesma. Estou aqui há três horas. Minha filha estava com bronquite e teve que esperar na fila”, disse.

Nos PAs Padre Anchieta, na região Norte, e Campo Grande, na região Noroeste, o panorama se repetiu. “Durante a semana a demora está bem maior. Hoje (ontem) estou aqui há duas horas com dor de cabeça e infecção de urina”, disse a auxiliar de escritório Rosangela Dias, de 32 anos, no PA Anchieta.

Um dos funcionários do PA Campo Grande, que não quis se identificar, garantiu que o aumento foi grande depois do fechamento do PA Centro. “Venha aqui amanhã (hoje) cedo para ver a fila das pessoas. Aumentou cerca de 30% com relação ao número de pacientes. Vieram para cá 19 profissionais do remanejamento do PA Centro, mas nada adiantou”, garantiu o funcionário.

PREVISÃO É DE QUE REFORMAS DEMOREM PELO MENOS 90 DIAS
Antigo, prédio do PA da região central tem problemas estruturais

A desativação do PA Centro, localizado na Rua Barreto Leme, no Centro, é estratégica e provisória. A medida ocorre porque a unidade, deteriorada pelo uso contínuo e pelas condições do prédio, tombado pelo Patrimônio Histórico, precisa de reformas. Também foi levado em conta a falta de recursos humanos no sistema municipal de urgência, o que justificou o remanejamento de profissionais do PA Centro para postos estratégicos em todas as regiões da cidade. A previsão é que o PA Centro fique fechado por pelo menos 90 dias, tempo previsto para a conclusão da reforma e para que o sistema público de saúde possa receber os médicos já aprovados no concurso e que estão em processo de contratação. A decisão pelo fechamento do PA Centro foi adotada em acordo com a gestão da unidade e comunicada ao Conselho Municipal de Saúde, ao Sindicato dos Trabalhadores e à Irmandade Santa Casa de Misericórdia, proprietária do prédio. Além disso, a medida foi tomada após reunião com a coordenação técnica de urgência do município, que já providenciou para que o sistema como um todo esteja organizado para receber a demanda. São realizados cerca de 1,5 mil procedimentos de urgência diariamente nos serviços de urgência da Prefeitura, que são os PAs São José, Anchieta e Campo Grande e os prontos-socorros dos hospitais municipais Ouro Verde e Mário Gatti. Os PAs atendem casos como queimaduras, cortes, dores de garganta e de barriga, febre, vômito e não fazem internações. Estas são realizadas nos PSs, onde são atendidas ocorrências relativas a acidentes de carros, problemas respiratórios e de coração, entre outras. A Secretaria de Saúde se organizou com a rede do município, especialmente com os outros serviços de urgência, para que a demanda do PA Centro seja pulverizada em todo o município, sem sobrecarregar apenas uma unidade. O PA Centro funciona na Rua Barreto Leme, 1.550, junto à Irmandade Santa Casa de Misericórdia, conta com 140 funcionários, realiza uma me dia de 300 atendimentos diários 24 horas por dia e oferece cobertura para 100 mil pessoas adultas da região Leste e Centro da cidade.

Fonte: Correio Popular

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