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29/08/2011

Saiu na Imprensa: Maioria aprova cassação de Hélio

Segundo pesquisa, 73,4% dos campineiros julgaram correto afastar o pedetista da Prefeitura

Especialistas em política analisam que o Brasil passa, hoje,por um processo lento, mas progressivo, de mudança com relação à cobrança dos atos de seus representantes eleitos. A divulgação e o debate dos casos têm conseguido tirar do poder os envolvidos em fraudes com o dinheiro público. Recentemente, os campineiros assistiram à cassação do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT). O apoio da população ao ato está explícito em pesquisa de opinião realizada em Campinas nos dias 18 e 19 de agosto — quando se deu início o processo. O impeachment obteve a aprovação de 73,5% dos entrevistados, contra 17,4% que julgaram a cassação incorreta.
Antes do escândalo, a administração da chapa PDTPT (Hélio e Demétrio Vilagra) chegou a ultrapassar a casa dos 70% de aprovação. O estudo feito agora — que utilizou o mesmo sistema de pesquisa do Ibope, Datafolha e outros três grandes institutos do País — mostra que esse índice caiu para 31,9% (ótima e boa) e 7,7% (regular). Já a avaliação negativa da Administração chegou a 56,4% (ruim e péssima), com uma grande tendência para “péssima” (39,3%). “Essa polaridade tão grande não existia antes. Ou seja, o número de pessoas que achava regular era maior e as que avaliavam como ruim ou péssimo era menor. Com a crise, esse número só tendia a aumentar”, explicou Roberto Zammataro, diretor do instituto Pró Pesquisa, empresa que fez o levantamento por telefone com 755 entrevistados de todas as regiões de Campinas. A pesquisa tem uma margem de erro de 3,5% para mais ou para menos.
Do ponto de vista do presidente da Comissão Processante (CP) que decidiu pelo impeachment do prefeito, Rafael Zimbaldi (PP), a população teve papel “fundamental” no julgamento. “Essa pesquisa mostra que o clamor popular era pela cassação e que a Câmara cumpriu seu dever. As manifestações e a participação da população foram fundamentais”, afirmou.
O estudo, segundo Zammataro, pode ter uma segunda edição, pós-impeachment.“Fiz (a pesquisa) por conta própria e estou pensando em fazer outra, agora, após a cassação, para saber se esse número aumentou ou continuou igual”, disse. Para ele, os números indicaram que os fatos levantados durante o escândalo do Caso Sanasa afetaram muito o governo Hélio. “Se a população fosse mais um vereador na Câmara Municipal, teria votado pelo impeachment de Hélio. A cidade chegou em um momento de dizer ‘não’ às coisas do jeito que estavam.”
A fase pela qual passa Campinas, para o professor titular do departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), José Álvaro Moisés, é parte de uma transformação que todo o País tem passado. “O Brasil, hoje, se encontra em um processo lento, mas progressivo, de mudança cultural política. Embora exista uma tolerância com a corrupção, a sociedade tem tido uma maior percepção de que o País pode crescer, e pode fazer isso bem sem corrupção”, explicou.


Atitude
Segundo Moisés, a população tem feito uma avaliação do trabalho realizado por seus representantes eleitos, mas também da conduta desses políticos. “Com as punições que têm ocorrido, a população distingue que há alternativas, não só pelo candidato que votaram, mas, de que há uma série de mecanismos para controlar e fiscalizar quem governa. Os eleitores têm a soberania”, disse Moisés.
Na visão do cientista político, a punição do impeachment para Hélio leva os campineiros a uma percepção diferente da política. “A população vai ver que há mecanismos de controle e fiscalização capazes de punir os responsáveis e que originam processos, o que não é pouca coisa. Eu diria que o País inicia um casamento de uma revolução republicana com a democracia.”
Um dos advogados de defesa de Hélio, Alberto Luis Mendonça Rollo, disse que é importante separar o pedido que pretende protocolar na Justiça para devolver o cargo ao antigo prefeito da opinião pública. “Não tem nada a ver o resultado de uma pesquisa com o mau Direito que foi praticado. A prova disso é o afastamento do Demétrio, que foi derrubado. Isso mostra que a Câmara Municipal faz coisa errada. Eu não procuro o voto e sim o bom Direito. O voto se faz na urna”, disse.


Fonte: Correio Popular

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