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26/08/2011

Saiu na Imprensa: Prefeito ataca votação na Câmara

Em coletiva, Demétrio diz que afastamento aprovado no Legislativo desrespeitava a Constituição

Pouco antes de ser informado sobre a decisão da Justiça, de autorizar sua permanência no cargo, o prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), convocou ontem a imprensa para falar que a decisão da Câmara foi política e, por este motivo, não iria abrir mão do cargo de chefe do Executivo. O petista afirmou que acima da Câmara de Vereadores está a Constituição e que tinha a certeza que iria voltar a governar a cidade.
“Desde que tomei consciência política, eu tenho lutado para instalar o estado de direito no Brasil. Fui anistiado no período da ditadura e hoje eu entendo que esse trabalho foi importante para o Brasil. Diante disso, apesar de respeitar a Câmara, eu como cidadão não posso aceitar o que foi feito comigo. Acima da Câmara, está a Constituição. Eu jamais devo abrir mão dos meus direitos”, afirmou o prefeito. O petista também afastou qualquer possibilidade de renúncia do cargo, assunto que tomou conta da sessão que o afastou temporariamente da Prefeitura.
Na entrevista concedida ontem, Demétrio voltou a repetir discursos. Afirmou que vai seguir o Plano de Metas, prioridade do seu governo, e reconheceu um déficit na Secretaria de Finanças.O petista, porém, disse que se sente à vontade para ocupar o cargo em definitivo até o ano que vem, por se declarar inocente na acusação do Ministério Público (MP) — de que teria participado em um suposto esquema de formação de quadrilha e recebimento de propina de contratos públicos fraudados.
“Me sinto totalmente à vontade para ocupar o cargo. Existe diferença entre uma pessoa ser condenada e ser investigada. Vou provar que nada devo, não participei de nada, por isso que estou assumindo o cargo. Eu acho e tenho certeza que eu sou limpo e vou sair disso sem crime nenhum”, afirmou.

Finanças
Pouco antes de o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) ser cassado, uma crise financeira já se anunciava no Palácio dos Jequitibás. Alguns fornecedores ficaram sem pagamento, parte dos funcionários também não recebe o 13º salário e a secretaria passou a promover uma série de incentivos fiscais para ampliar a arrecadação. Demétrio afirmou que não existe motivo para preocupação e que as dívidas do município estão dentro do limite prudencial.
“O déficit está dentro daquilo que a gente tinha trabalhado, cerca de R$ 200 milhões. Se você olhar ano passado, esse valor estava em cerca de R$ 400 milhões. É normal que, no final de governo, o secretário de Finanças trabalhe com afinco para que no próximo ano se entregue a cidade com as finanças saneadas”, disse.
O prefeitou afirmou ainda que o secretário de Finanças, Paulo Mallmann, tem feito um esforço na tentativa de honrar os compromissos do Executivo. “Por isso é que ele (Mallmann) tem trabalhado e buscado uma nova forma de arrecadação, como o incentivo. Mas trabalhar numa Prefeitura com o porte de Campinas e com o nosso Orçamento (cerca de R$ 2,9 bilhões previstos para este ano) é difícil”, afirmou o petista.


Hélio
Demétrio evitou comentar a semelhança entre suas propostas e discurso com as plataformas do governo Hélio. Disse apenas que vai honrar os compromissos feitos por toda a coligação que elegeu o pedetista.O atual prefeito, no entanto, evitou se comprometer e não fez a defesa pública do ex-chefe do Executivo. “Dr. Hélio tem os seus advogados, que têm feito a sua defesa para que ele volte à Prefeitura de Campinas. Eu tenho a minha defesa e estou fazendo um compromisso com a cidade de Campinas. Portanto, eu separo. Nós de um lado e o Dr. Hélio de outro. Mas juntos fizemos este governo, que é aprovado por 70% da população”, afirmou o petista.

Fonte: Correio Popular

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