A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça considerou nesta quinta-feira, por unanimidade, o educador pernambucano Paulo Freire como anistiado político.
Seu "crime", comentou o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, foi ter identificado na alfabetização um processo de "libertação e conscientização política" das camadas mais pobres da população. Na avaliação de Abrão, a perseguição a Freire foi "um dos prejuízos mais severos e imensuráveis que a ditadura militar legou ao Brasil."
O julgamento do processo de reparação a Freire, movido pela família do educador, contou com a presença da viúva dele, Ana Maria Araújo Freire. O anúncio da anistia foi feito no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Em mensagem enviada de Manaus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou com a família do educador. "Anistiar Freire é libertar o Brasil da cegueira moral e intelectual que levou governantes a considerarem inimigos da Pátria educadores que queriam libertar o País do analfabetismo", afirmou.