Alegando problemas estruturais no prédio, os sindicalistas lacraram a porta de entrada impedindo o acesso de trabalhadores e usuários. "Esse prédio é muito antigo e sem condições de atender a população", afirmou o coordenador do sindicato, Marionaldo Maciel. O coordenador de Comunicação da Prefeitura, Francisco de Lagos, afirmou que "é inaceitável reivindicações dessa natureza, que impedem a liberdade de ir e vir de trabalhadores e usuários". Para Lagos, esse tipo de ação sindical em ano eleitoral sugere iniciativa de cunho político e não técnico. A Prefeitura de Campinas vai entrar com ação judicial para pedir o cumprimento de uma liminar concedida pela Justiça, no ano passado, que proíbe a realização de piquetes que impeçam o acesso de trabalhadores ou usuários aos prédios públicos. "O governo será muito enérgico neste sentido", afirmou Lagos. Maciel acrescentou que as condições do local são tão precárias, que escorpiões já foram encontrados no banheiro e que, anteontem, a unidade ficou sem água. O Secretário de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, esclareceu que escorpiões, assim como baratas e outros insetos, aparecem em todos os lugares. "Quando isso ocorre, é preciso programar uma dedetização, mas isso não justifica paralisar o atendimento." Sobre a falta d'água, Saraiva informou que isso ocorreu porque alguém fechou o registro geral do prédio. O secretário disse que a ação sindical prejudicou quase 1 mil usuários, que são atendimentos diariamente no local, incluindo idosos e pacientes de especialidades que esperaram meses por uma consulta. O secretário lembrou ainda que, em janeiro, reuniu-se com representantes do sindicato para informar sobre o cronograma de obras para a Policlínica 2. "A Policlínica tem problemas há décadas e precisa de reformas nas áreas elétrica, hidráulica e de infiltrações. Mas o prédio tem condições de atender a população." Transferência Saraiva adiantou que planeja transferir a Policlínica 2 para o anexo do Centro de Saúde Faria Lima, onde já funciona a Policlínica 3, até o final deste ano. As consultas que foram canceladas ontem serão remarcadas para o mais breve possível, conforme o secretário. Ontem, a secretaria precisou chamar um chaveiro para abrir a porta lacrada pelos sindicalistas e pedir apoio para a Guarda Municipal (GM) para ter acesso ao imóvel. Mesmo assim, os sindicalistas continuaram no local, o que impediu a retomada das atividades. No final da tarde, Saraiva, integrantes da pasta de Saúde e Lagos se reuniram com uma comissão de servidores e sindicalistas. "Prometeram colocar a reforma da Policlínica como prioridade e uma nova reunião ficou acertada para o dia 25 deste mês", disse Maciel. "A prioridade da secretaria é garantir o atendimento aos usuários que precisam de assistência", afirmou Saraiva. SAIBA MAIS A Policlínica 2 é um serviço ambulatorial da Secretaria Municipal de Saúde que atende pacientes, com agendamento prévio, para 20 especialidades e exames, como de oftalmologia, endocrinologia, dermatologia, reumatologia, mastologia, pneumologia, patologia cervical, gastroenterologia, raio X, mamografia e ultra-sonografia, entre outros. No local trabalham 117 servidores municipais.
Uma manifestação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Campinas fechou a Policlínica 2, no Centro de Campinas, ontem, e complicou ainda mais um dia marcado por outras duas manifestações de estudantes e mulheres e a interrupção do trânsito por problemas nas galerias pluviais.
Fonte: Correio Popular
