A educação é o assunto central este ano no Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, assim como a necessidade de romper o círculo vicioso criado pela pobreza e pela participação das crianças em atividades econômicas. No total, cerca de 165 milhões de crianças entre 4 e 15 anos trabalham no mundo, segundo a OIT, e destas mais de 100 milhões estão na agricultura, em áreas rurais onde o acesso às escolas é algo raro. A disponibilidade de professores e o acesso aos meios de comunicação são muito limitados, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). "Para muitas crianças no mundo, em particular para aquelas de famílias pobres, o direito à educação continua sendo um conceito abstrato, muito distante da realidade do dia a dia", acrescentou Somavía. A OIT, o Unicef e outras agências consideram que a educação é a melhor resposta para reduzir e, posteriormente, para erradicar o trabalho infantil, e que é necessário, além disso, impulsionar a igualdade de gênero, pois as meninas são sempre as mais prejudicadas pela falta de educação. "Quando uma família deve tomar a decisão de enviar um menino ou uma menina para a escola, normalmente é a menina que perde", declarou o diretor-geral da OIT. Segundo informações do Unicef, na América Latina 90% dos menores que trabalham como ajudantes domésticos são meninas. Na África Subsaariana, onde um em cada três menores trabalha, apenas 59% das meninas freqüentam a escola primária. Segundo o Programa Internacional para a Erradicação do Trabalho Infantil da OIT, muitas crianças trabalham durante longas horas e em condições perigosas, e mais da metade de todas as que trabalham atuam das piores maneiras, como escravas ou em atividades ilegais como o tráfico de drogas, a prostituição ou os conflitos armados. Para comemorar este dia contra o Trabalho Infantil, estão previstos vários eventos em dezenas de países no mundo todo. Em Genebra, a OIT celebra nesta quinta-feira, 12, uma sessão plenária dedicada ao Assunto, e à tarde haverá uma grande concentração em frente à sede da ONU com a participação de autoridades e de um número grande de grupos de estudantes.
Fonte: Agências