Confira abaixo a notícia publicada no jornal "Correio Popular" sobre o escândalo dos fantasmas. O enfoque é o depoimento do vereador Aurélio Cláudio: Licenciado do cargo, o presidente da Câmara de Campinas, Aurélio José Cláudio (PDT), prestou depoimento ontem à Corregedoria da Casa e, além de negar envolvimento no escândalo do jardineiro, transferiu eventuais responsabilidades para os assessores. "Esse fato (a contratação de funcionário "fantasma") nunca ocorreu e não devo temer nada", disse o pedetista, ao final do depoimento. E prosseguiu. "Tenho certeza absoluta que não houve má-fé por parte de nenhum assessor." Contratado como assessor técnico da Secretaria Municipal de Cooperação Internacional desde 2002 com salário de R$ 3,2 mil, Maurício da Silva Reis trabalhava como jardineiro no Santa Lúcia, reduto eleitoral de Aurélio. Pelo serviço, ele receberia R$ 700,00. A conta bancária de Maurício era movimentada por dois assessores do presidente da Câmara, que disse não temer investigação do Ministério Público (MP). Aurélio garantiu que se submeterá a eventuais pedidos de quebra de sigilo bancário e telefônico. O pedetista deixou o cargo apenas para depor, mas deve retornar ao posto ainda nesta próxima segunda-feira, após a entrega do relatório da Corregedoria. A investigação da Corregedoria foi restrita e durou menos de uma semana. O corregedor, vereador Sebastião dos Santos (PMDB), ouviu apenas três pessoas -- Aurélio, Maurício e Cristiano Kubiszewski -- um dos assessores do presidente da Câmara. Se concentrou somente na suspeita de que o jardineiro receberia um valor menor a que teria direito pelo cargo de assessor técnico. O desvio de função, segundo o corregedor, deve ser esclarecido pelo Executivo. O jardineiro foi exonerado no dia 8 deste mês e, até agora, é o único punido no caso. Aurélio disse que saiu satisfeito do encontro com o corregedor. "Dei um depoimento bastante esclarecedor e espero (que o processo) que seja concluído o mais rápido possível. Todas as dúvidas em relação à minha pessoa foram colocadas. Estou confiante. Tenho certeza que a denúncia não ocorreu da forma como foi colocada", disse. "Houve, sim, má interpretação." Na quarta-feira, em seu depoimento sigiloso à Corregedoria, o jardineiro Maurício Reis teria negado que tivesse parte do salário retido por assessores. Antes, no entanto, ele havia afirmado à reportagem do Correio que ficava com apenas 20% do salário. Aurélio disse ontem que em nenhum momento conversou com o jardineiro, mas afirmou compreender o fato dele apresentar duas versões para o caso. "Acredito que qualquer pessoa, ao ser abordada de pronto, fica numa situação estranha de passar sua ficha financeira real. Acho que isso foi esclarecido com ele. A verdade virá à tona nos próximos dias", disse o presidente da Casa. A Corregedoria da Câmara ouviu também durante esta semana o assessor Cristiano Kubiszewski, que seria o responsável pela manipulação da conta bancária do jardineiro. Depois de duas horas de depoimentos, disse estar tranqüilo e que não teria mais nada a esclarecer. Sebastião dos Santos reafirmou ontem não haver "fatos novos" no processo e que, por isso, não precisará escutar mais ninguém sobre o caso. O peemedebista disse que terá que trocar as viagens de fim de semana para Minas Gerais para escrever o relatório. "Vou entregá-lo segunda-feira."
Fonte: Elias Aredes Junior