Imprensa local acompanhou perigrinação do personagem pelas ruas de Campinas e no Paço Municipal
Confira abaixo notícia publicada nesta sexta, dia 22 de fevereiro pelo Jornal "Correio Popular" e que aborda protesto do Sindicato contra os "fantasmas" na Prefeitura de Campinas: "A monotonia no saguão da Prefeitura de Campinas e a rotina do trânsito na Rua Barreto Leme foram quebradas ontem com a aparição, em carne e osso, de um personagem que vem assombrando os corredores do Executivo e do Legislativo campineiros há 20 dias, quando veio à tona a existência de assessores que recebem sem trabalhar em ambos os poderes. Num protesto irreverente, coberto com um lençol branco, usando uma máscara de monstro e falsas garras peludas, um homem ligado ao Sindicato dos Servidores Municipais de Campinas chamou a atenção dos motoristas que passavam pela rua e dos contribuintes que tentavam resolver pendências de impostos no Paço Municipal. Nos funcionários, o ser do "outro mundo" causou apreensão, e, dos munícipes, arrancou boas risadas. E ninguém precisou recorrer ao Aurélio -- o dicionário -- para entender o significado daquela figura branca que passeava pelo prédio mais poderoso de Campinas. Ao contrário de seus conterrâneos "sobrenaturais", o "fantasma" enviado pelo sindicato não provocou corre-corre por onde passou. Obteve, em contrapartida, acenos e falas de solidariedade. "As pessoas me diziam: é isso mesmo. Tem de mostrar tudo. E eu vou falar a verdade: tomei conta da Prefeitura e nunca me senti tão em casa", disse o homem, que percorreu alguns metros entre a Rua José Theodoro de Lima, na esquina com a Rua Barreto Leme, até o Palácio dos Jequitibás. Segundo um dos coordenadores do sindicato, Jadirson Tadeu, a intenção era deixar apenas a fantasia, pendurada como um boneco, em um poste na Barreto Leme. Porém, como homens da Guarda Municipal (GM) foram até o local para tentar remover a peça, um dos servidores da entidade vestiu, então, a roupa, e partiu para o ato bem-humorado rumo ao prédio da Prefeitura. "A nossa intenção é usar a simbologia para demonstrar o que está acontecendo. A GM veio até aqui, mas não tirou o boneco. Mas não tivemos dúvidas. O 'fantasma' saiu às ruas para chamar a atenção da população", disse o sindicalista. E se a intenção era voltar alguns rostos para a figura fantasmagórica que passeava por ali, o objetivo foi alcançado. "O povo gritava: 'isso mesmo fantasma'. Alguns também me mostravam dinheiro", disse o manifestante, que em seu passeio pelo prédio passou pelo Porta-Aberta e pela garagem no subsolo. Caça-Fantasma Com apenas três de vida, o Disque-Caça-Fantasmas -- telefone posto à disposição pelo Sindicato dos Servidores para receber denúncias de comissionados pagos com dinheiro público, mas que não dão expediente -- recebeu cerca de 50 ligações. "As denúncias são as mais variadas possíveis. Vamos fazer a juntada no processo aberto pelo Ministério Público Estadual", disse Tadeu, referindo-se ao inquérito instaurado pela Promotoria da Cidadania para apurar os oito "fantasmas" lotados na Secretaria de Infra-Estrutura, delatados pela entidade. No mesmo processo, o MPE investiga o caso do jardineiro Maurício da Silva Reis, "fantasma" da Secretaria de Cooperação Internacional que cuidava de praças em reduto eleitoral do presidente da Câmara Municipal, Aurélio José Cláudio (PDT). Ele foi denunciado pelo Correio uma semana antes da representação do Sindicato ao MPE. O coordenador de Comunicação da Prefeitura, Francisco de Lagos, classificou como "ridícula e ao mesmo tempo, hilária" a manifestação. Ele afirmou não ter conhecimento de que a GM esteve no local para apreender o boneco do sindicato. "As pessoas têm direito a se manifestar", limitou-se a comentar." (Matéria publicada no Correio Popular no dia 22/02/2008)
Fonte: Correio Popular
